terça-feira, 11 de agosto de 2009

Montadoras ganham com IPI mas não ajudam na recuperação do PIB

O presidente Lula voltou às suas origens sindicais ao culpar diretamente as montadoras pela queda do PIB no primeiro trimestre deste ano. Segundo o presidente Lula, houve precipitação dos setores automotivos que, mesmo com a redução do IPI, interromperam a produção e até mesmo reduziram seus quadros. A consequência da "precipitação" de setores como o automotivo em reduzir a produção no fim de 2008 foi um dos fatores que levaram à queda do PIB no primeiro trimestre. Só com a renúncia fiscal do governo com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) houve uma perda de mais de R$ 2 bilhões. E a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) tem a cara de pau de vir a público anunciar, como um feito heróico, a abertura de 300 novas vagas e prometer mais 2 mil contratações. Basta fazer as contas e dividir os R$ 2 bilhões pelas 2.300 novas vagas, e vamos chegar à conclusão de que cada uma das vagas teria custado ao Brasil cerca de R$ 869 mil. Dinheiro equivalente a R$ 2 mil mensais, durante 36 anos. Uma vergonha que merece toda a determinação sindicalista do presidente Lula e a nossa indignação, como metalúrgicos e sindicalistas metalúrgicos. Nós sabemos, agora, que o empenho do governo do presidente Lula em gerar subsídios fiscais foi aproveitado por vários setores da indústria e, em especial, pelos banqueiros, para gerar lucros em benefício próprio em vez de ajudar o Brasil a sair da crise.Junto com a indústria automobilística temos práticas constrangedoras adotadas pela Embraer, que demitiu 4.300 trabalhadores. E da Vale do Rio Doce que mandou para a rua, nos primeiros dias da crise, 1.300 companheiros e companheiras.Empresas dependentes dos financiamentos públicos, especialmente do BNDES. E que na hora da contrapartida social se lixam para o Brasil, não estão nem aí em relação às dificuldades criadas para o mercado interno.Ou seja, falta patriotismo e comprometimento com a Nação brasileira. Mas o tempo da grande reconstrução do Brasil está apenas começando. O governo do presidente Lula já mostrou que é possível uma ação do Estado para minorar os efeitos da crise.Agora, vamos realçar o lado sindicalista do presidente Lula e ajudá-lo a colocar em prática políticas públicas que gerenciem de perto as eventuais renúncias fiscais. É muito melhor, como o próprio presidente Lula já afirmou, investir diretamente nos trabalhadores e na população de mais baixa renda. Porque nós trabalhadores não investimos nossa economia em paraísos fiscais. A gente gasta é aqui mesmo na nossa cidade, no nosso bairro. Através de pagamentos diretos na melhoria de nossa alimentação, de nossa moradia e nos estudos de nossos filhos. E é essa capacidade de consumo do povo trabalhador brasileiro que está ajudando o Brasil a superar a crise. E já conseguimos perceber quem joga a favor e contra a nossa economia. Agora, é só questão de agir para consolidar a política de crescimento econômico através da ampliação do mercado interno, que passa obrigatoriamente, pela negociação de reajustes salariais acima da inflação, como tem sido sempre o objetivo de nossa campanha salarial.