sexta-feira, 17 de junho de 2011

O curto prazo e o umbigo

Depois dos longos e tenebrosos anos de chumbo da ditadura militar desaprendemos a pensar o Brasil e a renovar, como fazíamos antes, a partir dos bancos escolares, nossos sentimentos de Pátria.
Ou seja, os militares conseguiram, de certa maneira, mutilar nosso espírito cívico. Prejudicaram, e muito, nossa visão de longo prazo. E criaram verdadeiros monstros políticos, ou seja, gente que só sabe pensar no curto prazo e defender os interesses do próprio umbigo.
Mas o bom de um regime democrático é que podemos renascer e reconstruir nossas habilidades políticas, cidadãs e cívicas. E uma das grandes escolas de aprendizado foram os sindicatos e as organizações populares, nos bairros e nas vilas.
Descobrimos logo que os militares eram poderosos mas nem tanto. Era, e ainda é, impossível controlar a troca de ideias nos grandes aglomerados urbanos, nas fábricas e nas conduções. E onde tem gente lutando pela sobrevivência pulsa sempre o desejo de melhores condições de vida, de mais liberdade, de um Brasil melhor sonhado e melhor construído.
Não é a-toa que das fábricas e dos sindicatos surgiu Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula. Ex-metalúrgico, ex-peão, ex-chão de fábrica. E um dos mais respeitados presidentes da República de nossa História.
Ao longo de 20 anos Lula sonho e lutou para chegar à Presidência da República. Eleito, conseguiu emplacar projetos de médio e longo prazos para erradicar grandes setores da população da miséria e da pobreza. O que era considerado impossível pela nossa elite, Lula nos ajudou a construir nos oito anos de seu governo.
Agora, com a aproximação das eleições municipais do ano que vem tem muita gente concentrada no curto prazo. Querem ser vereadores ou prefeitos. Ou seja, ainda não aprendemos a deslocar dos nossos próprios umbigos e pensar Mauá e o Brasil a longo prazo.
É o momento de darmos um salto de qualidade cívica. De deixar para trás as malditas heranças da época da ditadura e pensar, sim, nas eleições municipais do ano que vem. Mas como uma etapa para melhorar a qualidade das nossas vidas nos bairros, nos postos de saúde e na segurança pública.
Mauá, como todas as demais cidades em que vivemos, será o lar das nossas próximas gerações. E se quisermos contribuir para deixar nossa marca, é melhor buscar projetos de médio e longo prazos, que obriguem, aí sim, os eventuais candidatos às próximas eleições a ajustar suas propostas ao grande sonho de uma Mauá muito mais moderna e, principalmente, socialmente mais justa.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Democracia no Chão de Fábrica e transparência garantem unidade e renovação da nova diretoria

No encerramento das apurações de nossas eleições realizamos um evento para registrar para a categoria e para a História os avanços que conseguimos com as eleições que renovam nosso mandato para os próximos quatro anos. As urnas apresentaram 6.389 votos na Chapa 1, ou 95.83% do total. Com 97 votos em branco e 185 votos nulos.
Um dos principais discursos foi de Paulinho da Força, presidente nacional da Força Sindical e deputado federal, pelo PDT. Paulinho não mede consequências para defender os interesses dos trabalhadores, seja da ativa ou os que estão em vias de se aposentar. Bate firme, argumenta com independência e se posiciona sempre.
“Vejo, cada vez mais, crescer a influência e a liderança dos metalúrgicos de Santo André e de Mauá não só na região, como no Brasil todo”, afirmou.
Lembrou que no Congresso Nacional existem 73 parlamentares vinculados aos trabalhadores. Enquanto que existem 273 que defendem os interesses das empresas. “Para vencer esse jogo temos que ter garra, determinação e saber mobilizar as bases como acontece com a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá”, disse.
Foi o que realizamos ao longo do processo eleitoral. Apostamos todas as fichas numa eleição transparente e democrática. Os editais eleitorais foram divulgados abertamente para permitir a inscrição de outras chapas. A escolha dos atuais dirigentes se deu através de Comitês Eleitorais de Fábrica. De maneira intensa e participativa.
E com o resultado, de uma eleição que foi conduzida com o apoio direto da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, sob a liderança de Cláudio Magrão e a participação direta de dirigentes de 27 sindicatos de metalúrgicos do Estado, temos o orgulho de nos tornar um exemplo de que é possível apostar na Democracia no Chão de Fábrica e confirmar o respaldo da categoria que nos honrou com 95,83% dos votos.
Agradecemos o empenho da categoria que, mais uma vez, provou sua unidade. Agradecemos, também, aos aposentados que nos honraram com seus votos. E às principais lideranças sindicais e políticas que nos prestigiaram como Raimundo Salles e os deputados estaduais Grana e José Bittencourt. Cláudio Magrão e as lideranças de 27 sindicatos de metalúrgicos do Estado. Presentes também nossos companheiros da Força regional, representados por seu presidente Valter Ventura Oliveira.
Registramos a dedicação e profissionalismo dos funcionários do Sindicato que nos garantiram toda a infra-estrutura para a realização das eleições e que ajudarão a futura diretoria a cumprir os mandamentos de unidade na ação como quer e provou a nossa categoria.
Temos muito trabalho à frente. Para resgatar os valores dos salários, diante de uma inflação ameaçadora. De enterrar o famigerado Fator Previdenciário. De conseguir ás 40 horas semanais, sem redução dos salários.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Não há meio ambiente sem gente

Este é o primeiro de uma série de artigos que pretendo dividir com vocês, amigos e amigas de Mauá.
Uma visita rápida ao site oficial da cidade nos mostra que Mauá aposta no meio ambiente, neste mês de junho. Através da Secretaria de Meio Ambiente, os habitantes daqui poderão discutir a política de resíduos urbanos, os projetos de coleta e de tratamento de esgoto.
Os moradores da cidade participarão, ainda, de um desfile com roupas produzidas com materiais recicláveis e do balanço de dois anos das câmaras de Educação Ambiental e Resíduos Sólidos. Haverá, também, palestras sobre compostagem e arborização urbana.
Parabéns Mauá, à sua prefeitura, aos seus vereadores e, principalmente, aos seus cidadãos. Uma cidade que dá um passo destes está absolutamente preparada para discutir, também, a busca da qualidade de vida para seus moradores.
Porque não há meio ambiente sem gente. Nem é possível acreditar de verdade que estamos melhorando a qualidade do esgoto e da nossa água, protegendo nosso verde e nossa fauna se deixarmos de fora as crianças, os adultos que precisam de empregos, os idosos que entregaram grande parte de suas vidas para que Mauá tenha hoje o vigor que tem.
As lições que a cidade transfere para seus habitantes ao buscar uma solução de curto prazo para o meio ambiente passará, também, por investimentos em infra-estrutura urbana. Por que tão importante quanto o verde e o meio ambiente é a garantia de qualidade de vida para as populações que, infelizmente, ainda vivem em favelas, nas encostas dos morros e sem a segurança que nossas famílias merecem.
Por isso, aproveite as atividades à sua disposição na cidade e participe. As plantas e o meio ambiente precisam falar através de você. É sua preocupação cidadã, sua vontade de colaborar e contribuir para a dinâmica cívica da cidade que ajudará a avançarmos muito além das conquistas possíveis em torno do meio ambiente.
Temos, claro, dificuldades imensas à frente. Todas superáveis pela sua fé nos destinos de Mauá. Vamos levar para as ruas nossa preocupação com a qualidade de vida nas nossas escolas e nos postos de saúde. Reafirmando sempre nosso compromisso de manter a cidade limpa, nos trinques, para evitar sobrecarregar nossas redes de esgoto e acumular lixo que volta a prejudicar a saúde pública quando as chuvas chegarem.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá