sexta-feira, 13 de maio de 2011

Atacar a inflação com o poder do nosso bolso

Atacar a inflação com o poder do nosso bolsoOs grandes empresários e os banqueiros adoram a inflação. Para os trabalhadores, inflação significa perda de renda que reaparece nos bolsos dos patrões e nos cofres dos bancos. Por isso, é nossa obrigação enquanto trabalhadores e cidadãos combater a inflação a partir de nossas trincheiras, ou seja, no ato de comprar toda e qualquer mercadoria ou serviço.
Temos a nosso favor, o poder do consumo. Como constatou pesquisa paga pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) que registrou que em 2010, 53% das famílias gastaram mais do que os seus rendimentos.
Os empresários do setor continuam comemorando. Mas para as populações trabalhadoras que contribuem para o vigor do nosso mercado interno é hora de acender o sinal amarelo.
Os gastos que superam o próprio orçamento surgem da oferta de crédito com juros altíssimos e da corrosão dos nossos salários por uma inflação que já preocupa.
O que fazer?
Enquanto cidadãos e trabalhadores temos que atacar a inflação e os juros altos com o poder do nosso bolso. Ou seja, pesquisar e avaliar tudo o que compramos. Criar, em nossas famílias, um clima de guerra contra a inflação. Não nos iludir com prazos longos e que nos enfiam no bolso os juros mais altos do mundo. Tomar cuidado com toda e qualquer dívida no cartão de crédito e no cheque especial.
É muito fácil a gente agir assim. Começa com uma conversa franca com a família, registrando preto no branco os nossos gastos. E levando em consideração nossos desejos.
O importante não é parar de consumir, mas consumir com critério. De maneira a não reforçar o lucro dos que apostam na inflação e no reajuste dos preços para acumular lucros vergonhosos.
Vamos, então, estabelecer critérios rígidos para gastar nosso salário tão bravamente conquistado. Assim, não ficamos esperando apenas pelo governo para agir contra a inflação.
E, na outra frente, vamos nos mobilizar em torno do Sindicato, trocar idéias na fábrica, na condução e nas vilas, para vigiar e descartar empresas e marcas que apostem na remarcação de preços.
Já vencemos a inflação uma vez, quando era verdadeiramente um monstro a nos corroer o salário. Vamos, de novo, eliminar o mal pela raiz. Antes que fuja ao controle, novamente.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá