sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Feliz juros baixos

Sim, continuaremos a buscar a felicidade que merecemos no próximo ano. Essa é nossa sina de trabalhadores e cidadãos brasileiros. Por isso, dizem que não desistimos nunca.
E pelos sinais que já percebemos em 2011 acreditamos que estamos no caminho certo de um 2012 com juros muito mais decentes, com um relativo reaquecimento da economia com a entrada no mercado de mais de 64 bilhões de reais, por causa do novo salario mínimo que deve esbarrar nos R$ 625,00.
Teremos um bom ano, principalmente, por se confirmar a tendência do governo da presidente Dilma Rousseff de, a exemplo de Lula, proteger nossa economia para os brasileiros e brasileiras da base da pirâmide.
Esse ano de 2011 que vamos terminar em festas e comemorações com nossos familiares registrou, também, o primeiro ano do governo Dilma com sua marca, que acreditamos se tornará histórica, de domar os juros astronômicos que tinham virado um vício dos nossos governos, para deleite dos especuladores locais e internacionais.
As lideranças empresariais reforçam a posição dos líderes sindicais na defesa de uma redução gradativa e permanente dos juros brasileiros. Paulo Skaf, presidente do Sistema Fiesp/Ciesp escreveu nesta semana na página 3 da Folha que: “Não resiste à lógica a avaliação de alguns analistas de que o início de um ciclo de redução da taxa Selic signifique uma ruptura das autoridades monetárias com as metas da inflação.”
E completou: “é importante frisar que a redução da taxa de juros implicará economia adicional para os cofres públicos. Cada ponto percentual da taxa Selic equivale a R$ 17 bilhões em gastos públicos adicionais. Por outro lado, o governo despenderá neste ano mais de R$ 240 bilhões com juros, enquanto a saúde recebe apenas R$ 70 bilhões e a educação, menos de R$ 60 bilhões.”
Ou seja, da mesma maneira que o governo Itamar Franco será registrado na História do Brasil como o que conseguiu controlar a inflação com a adoção bem sucedida do Plano Real, e o governo Lula como o que mais distribuiu renda no Brasil, temos esperança que o governo Dilma Rousseff entrará para a História como o que conseguiu reduzir os juros para um dígito apenas.
Porque a inflação que Itamar controlou interrompeu uma sangria desatada de transferir e concentrar renda nas mãos de poucos. E mesmo após o esforço que Lula fez de redistribuir renda através da valorização do salário mínimo e do Bolsa Família, agora temos consciência de que o juro alto é a principal escoadouro de transferência de renda da população para os cofres dos banqueiros.
É praticamente impossível comprar qualquer bem à vista, com redução do preço. Em vez disso, somos obrigados a pagar juros embutidos em prestações de 10, 20 ou 36 meses.
Por isso, temos esperanças que 2012 será o ano em que domaremos os juros brasileiros. Para o bem de todos e felicidade geral da Nação.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

As preocupações da presidente Dilma

Texto publicado em 28/11 no “Estadão”, com o título “No iPad de Dilma, dois boletins diários da crise” mostra as ansiedades e preocupações da presidente Dilma em relação ao nosso futuro próximo.
Por exemplo, Dilma está preocupada em proteger nossa economia pois já antecipa que a situação na Europa e nos Estados Unidos tende a piorar. Andaremos em marcha lenta no primeiro semestre de 2012, mas com grandes esperanças de melhoras no segundo semestre.
Registra o texto do “Estadão”: “A partir do segundo trimestre, porém, a economia brasileira começará a reagir, na esteira do aumento do salário mínimo, do corte de juros e das desonerações de impostos para setores estratégicos. A equipe econômica estima que, mesmo com o abalo internacional, o crescimento pode chegar a 4,5% ou até 5%, no ano que vem, se houver investimento privado.”
Ou seja, temos no comando do país uma presidente, que a exemplo de Lula, está comprometida e preocupada com nosso bem-estar. A ponto de estar convencida “de que os juros podem cair até chegar a 9% ao ano, por volta de maio de 2012.” E segundo relata a interlocutores próximos, Dilma Rousseff tem três obsessões: acelerar o crescimento, fazer a inflação convergir para 4,5%, que é o centro da meta, e monitorar a taxa de câmbio.
A presidente sabe também que pode contar com os trabalhadores e com os consumidores que recentemente chegaram ao mercado interno. Afinal, nós trabalhadores e os cidadãos da base da pirâmide só sabemos investir no Brasil.
E quando percebemos que nossa presidente está preocupada com nosso futuro, nos sentimos mais seguros.
Nas crises anteriores, com os governos dos militares e depois de Sarney, Collor, e FHC o que experimentávamos era uma sensação de medo a cada rumor de crise internacional. Hoje vemos que faltava uma dose extra de patriotismo, de preocupação com nossa gente. Pois se adotavam medidas restritivas da economia, aumentavam os juros e o desemprego. Deixando para nós, os mais pobres, todo o custo das crises.
É hora, portanto, de cada um de nós continuar a fazer nossa parte. Vamos pressionar os empresários a adotarem, também, atitudes a favor do Brasil e da nossa economia. E evitar, como fizeram na crise de 2008, a tirar proveito da situação em causa própria.
O Brasil mudou para melhor. E cabe a cada um de nós contribuir com esforço e patriotismo para ajudar nosso País e nossa presidente a atravessar o turbilhão que se anuncia na economia mundial.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Somos vítimas da rotatividade

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) acaba de divulgar que a rotatividade da mão de obra cresceu 8,7 pontos percentuais entre 2001 e 2010.
No ano passado, o índice de substituição de trabalhadores nas empresas brasileiras chegou a 53,8%, com 22,7 milhões de demissões. Descontando fatores alheios à vontade das empresas, como aposentadoria, morte ou demissão voluntária, a rotatividade ficou em 37,3%.
Segundo o Dieese, as empresas desligam empregados para contratar substitutos com salários menores. Em 2010, a remuneração média dos demitidos era R$ 896, enquanto a dos substitutos ficou em R$ 829.
Os setores com maior rotatividade de mão de obra foram agricultura, com 98,3% de demissões e 74,4% por inciativa dos empregadores, e a construção civil, com 86,2% de demitidos por vontade das empresas.
Na comparação com 25 países, o Brasil apresentou, em 2009, um dos mais curtos períodos médios de permanência no emprego: cinco anos. Apenas nos Estados Unidos o tempo médio de permanência no emprego é menor, 4,4 anos. Na Espanha, o trabalhador fica no mesmo emprego quase o dobro do tempo do trabalhador brasileiro: 9,6 anos. Na Itália, a média de permanência é 11,7 anos e na Polônia, 9,3 anos.
Ou seja, está mais do que chegado o momento histórico de a sociedade civil, através do Congresso Nacional fazer valer o que nós trabalhadores já pregamos há muitos anos. É preciso controlar a rotatividade para acabar com a sangria desatada na renda da classe trabalhadora.
Já está no Congresso Nacional a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que regulamenta e controla as demissões imotivadas. Temos que a todo momento tornar claro para os políticos que nos representam que cansamos de ser vítimas da insegurança no emprego que acelera a rotatividade por causa da irresponsabilidade dos empresários que usam a demissão arbitrária para economizar às nossas custas. E enquanto a Convenção 158 não é aprovada no Congresso Nacional só podemos entender que os políticos são cúmplices dos maus empresários.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Na base da pirâmide

Antes do governo do ex-presidente Lula, a cada resfriado na economia mundial, nossos governantes tinham o triste hábito de proteger o andar de cima da economia (as elites e os banqueiros) com aumento de juros e restrição severa no crédito.
As consequências nós cidadãos e trabalhadores sentíamos imediatamente na pele. Aumentava o desemprego e nos distanciávamos dos bens que precisávamos. Pois era impossível sustentar prestações altíssimas restritas a prazos de 12 meses, no máximo.
Aí surgiu o governo popular do ex-presidente Lula, que foi seguido por Dilma Rousseff. Pois bem, a cada ameaça real de crise mundial, como está ocorrendo agora na Grécia, Itália e Portugal, o governo brasileiro olha para a base da pirâmide.
Nessa semana, por exemplo, o Banco Central resolveu ampliar o financiamento dos automóveis novos para 60 meses, prazo de financiamento que havia sido interrompido desde o início do ano como medida de esfriamento da nossa economia.
Mas diante da crise lá fora, o melhor a fazer é apostar em nosso mercado interno e em nossa capacidade de consumir conscientemente. Como trabalhadores e cidadãos queremos ter o direito de investir a médio e longo prazo na aquisição de bens.
E já superamos, felizmente, a necessidade urgente das compras de eletrodomésticos. Já temos nossa TV (muitas delas LCD), nossa geladeira, nosso vídeo. E muitos de nós já tem um ganho familiar que nos permite sonhar com o carrinho, com a viagem de avião ou de navio.
Precisamos, sim, de crédito. Principalmente agora que se anuncia no horizonte uma redução civilizada em nossos juros, a ponto de podermos sonhar com uma taxa de juros anual de um dígito, ou seja, menor que dez por cento no próximo ano.
Acerta o governo da presidente Dilma em seguir os passos de Lula e olhar para a base da pirâmide. Temos pouca sobra, porque nossa renda familiar ainda é modesta. Mas somos muitos e temos a alegria de investir todo nosso dinheirinho suado aqui mesmo no Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

40 horas semanais ou 11 horas por dia?

Reportagem divulgada pelo Diário do Grande ABC nos mostra que quase metade dos brasileiros trabalha entre nove e 11 horas por dia. Dos 523 profissionais ouvidos no Brasil, 43% têm essa carga horária. Nos demais 84 países, onde a pesquisa também foi realizada, a média é de 38%.
O Diário ouviu Guilherme Ribeiro, diretor da Regus, empresa que patrocinou a pesquisa, que disse que cada vez mais se dilui o limite entre o que é serviço nos horários de expediente e nos horários que deveriam ser dedicados às folgas.
Além disso, se constata que a distância entre o emprego e a residência é mais um fator de estresse e de gasto de tempo, com o consumo mínimo de uma hora para ir e outra hora para voltar do trabalho.
É por se agravar esse cenário de muitas horas dedicadas ao trabalho que nosso Sindicato, junto com a Força Sindical e demais centrais, está na batalha pelas 40 horas semanais, sem redução de salario e com um controle rígido das horas extras.
Para as empresas o que interessa é a produção sem se preocupar com a qualidade de vida de seus empregados. Mas com as 40 horas semanais vamos obrigar os empresários a buscar maneiras alternativas de manter a produção, através de um planejamento melhor ou com a contratação de mais profissionais.
Porque o excesso de horas trabalhadas gera consequências para a saúde pessoal e para o bem-estar das famílias, sem o retorno financeiro significativo.
Estar junto dos nossos filhos, ter mais tempo para nós mesmos e poder se dedicar à leitura, ao aprendizado e ao convívio familiar é algo que não tem preço.
Com as 40 horas semanais vamos poder flexibilizar também nossos horários de entrada e saída. Pois será bom para as empresas e melhor ainda para desafogar o trânsito, reduzindo as horas que perdidas dentro de ônibus, trens e metrôs.
Nosso papel político e social como trabalhadores é reforçar a campanha pelas 40 horas semanais. Porque se depender dos empresários, vamos trabalhar até 16 horas por dia e, em muitos casos, ainda seremos obrigados a levar tarefas para casa.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

A vaca sagrada dos bancos

Todas as épocas têm as vacas sagradas que merecem. Na época da ditadura militar, falar em liberdade era subversão. Era proibido sonhar com justiça social. Mesmo assim, superamos a ditadura e enterramos as várias vacas sagradas daquela época.
Nos tempos da inflação alta falar em controle de preços era uma heresia. Todo mundo achava natural que se reajustassem os valores das mercadorias diariamente. E os salários, depois de muita luta, eram atualizados a cada dois meses.
Hoje a vaca sagrada são os juros adotados, arbitrariamente, pelos banqueiros. Falar, por exemplo, em concorrência bancária, que estimularia a redução dos juros para o consumidor final é proibido, pois se trata da vaca sagrada da nossa época. Chegamos ao absurdo de ter que conviver com juros do crédito pessoal que são 6 vezes a Taxa Selic. Impunemente. Desavergonhadamente.
Todo mundo sabe como os bancos operam contra os interesses nacionais, mas o Brasil continua o mesmo, pois os consumidores e trabalhadores brasileiros já sabem, de antemão, que ninguém mexe com a vaca sagrada que é o juro adotado pelos banqueiros.
Veja alguns exemplos: a média de juros cobrada pelos bancos no empréstimo pessoal fica em 68% ao ano enquanto que a a taxa básica de juros, a Selic, está em 11,5% ao ano. No cheque especial, o juro supera 186% ao ano.
E nada é feito porque mexer com os juros adotados pelos banqueiros é mexer com a atual vaca sagrada da nossa economia.
Só para se ter uma ideia, a diferença de juros que os banqueiros pagam para captar dos seus correntistas e os juros adotados para emprestar, muitas vezes para esses mesmos correntistas, é de 85%.
É o famoso spread bancário brasileiro, que é adotado, impunemente, desavergonhadamente, nas barbas do governo, contra os interesses da produção e da geração de riquezas não especulativas em nosso país.
Hoje vemos os Estados Unidos e Europa às voltas com uma crise econômica e financeira sem precedentes. Crise que foi gerada e realimentada pela falta de controle sobre os bancos e o sistema financeiro.
Se a gente continuar a tratar os juros adotados pelos nossos banqueiros como vacas sagradas vamos realimentar o ovo da serpente, que além de congelar nosso desenvolvimento industrial (quem aguenta investir na produção com estes juros vergonhosos?), correremos o risco de estrangular nossa economia e acelerar, ainda mais, a concentração de renda nos cofres dos bancos.
Ou nos mobilizamos socialmente contra os juros altos ou seremos cúmplices de uma nova etapa da crise que vai estrangular a geração de riqueza. Crise sem precedentes pois será realimentada pelas vacas sagradas dos juros impunes cobrados pelos banqueiros.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

2011

Superamos mais de um décimo do Século 21, que continuará a ser social, economica e socialmente muito diferente do Século 20 para a grande maioria dos brasileiros se soubermos consolidar os avanços sociais, políticos e econômicos que conquistamos até o momento.
Hoje acumulamos as condições de trabalhadores e de cidadãos com plenos direitos democráticos com a de consumidores cada vez mais necessários ao nosso mercado interno.
Cada vez mais grandes contingentes de brasileiros e brasileiras, de todas as raças e regiões, de todos os extratos sociais se integram ao mercado de trabalho e, em consequência, se tornam consumidores que ajudam o Brasil a conter os efeitos nefastos da atual crise financeira mundial.
Chegamos a esse estágio de desenvolvimento porque o povo brasileiro, especialmente os trabalhadores, soube manter a fé nas conquistas democráticas, através de eleições periódicas, que nos permitiram participar tanto do jogo democrático como das vitórias a favor da base da pirâmide social.
As conquistas que hoje nos aliviam e nos enchem de esperanças foram consolidadas com a eleição de Lula para a presidência da República. E tivemos, no Brasil, pela primeira vez em 510 anos, umex-metalúrgico que chegou ao mais alto cargo do País sem abandonar os compromissos assumidos com o seu povo.
E que conseguiu, com nosso apoio e voto, eleger Dilma Rousseff como sua sucessora e manter uma política econômica que protege nosso mercado interno em vez dos interesses dos especuladores e banqueiros internacionais.
Antes de Lula e Dilma qualquer crise internacional transformava nossa vida num inferno, com aumento estrondoso de juros, com altas taxas de desemprego, com redução das atividades econômicas.
Hoje, temos orgulho de um Brasil altivo e independente, que sabe proteger nossa indústria e nossos empregos, que adota atitudes que preservam nosso tecido social e que nos mantém continuamente esperançosos.
Mas ainda falta muito a ser feito a favor do nosso povo. A concentração de renda ainda nos preocupa muito, a educação precisa de investimentos permanentes e urgentes e a corrupção ainda é uma praga que consome nossos recursos públicos, tão necessários para recuperar nossa infra-estrutura, nossos hospitais e escolas.
Temos, portanto, neste fim de 2011 condições de refletir muito sobre as melhorias que conquistamos. E nos preparar para em 2012, mais um ano eleitoral, em contribuir para melhorar, um pouquinho que seja, a vida de cada um dos brasileiros e brasileiras que amam essa Pátria e a querem cada vez mais socialmente justa, livre e com um povo alegre mas também feliz.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Fé uns nos outros

Ter Fé em Deus faz parte de nossas vidas. Apesar de muitos só lembrarem de reforçar a Fé nas horas de dificuldades. Mas basta avaliar cada dia de nossas vidas e veremos pequenos milagres que nos mantêm vivos, protegem nossas crianças e nós mesmos de vários perigos. O que nos ajuda a manter a Fé tanto nas fases boas como nas fases ruins.
O grande problema é ter fé uns nos outros. Quando sabemos que juntos multiplicamos nossa força e se nos unirmos, de maneira consciente, ou seja, sabendo aonde queremos chegar, nossa força então não tem limites.
Mas tem sempre o outro no meio do caminho. E sempre somos cuidadosos demais, desconfiados a ponto de duvidar das intenções de um aliado que já é nosso amigo há vários anos.
O que cria entre amigos, parentes e até mesmo irmãos o vírus da desconfiança é queremos ter o controle absoluto de tudo o que participamos. É esse o vírus que abala toda e qualquer fé.
Se combinamos algo não temos paciência de esperar nosso amigo ou aliado buscar o resultado do jeito lá dele (ou dela). Ficamos ansiosos porque sempre achamos que o nosso jeito é melhor, mais rápido, mais eficiente.
E como a outra pessoa não é a gente, começamos a desconfiar primeiro do seu jeito de resolver o problema. Depois, perdemos a fé que o resultado alcançado foi satisfatório. E, pronto, está criado o ambiente para que o vírus da falta de fé prospere.
Lá se vai a amizade e o projeto. E todos nós saímos perdendo. É claro, as pessoas são falhas. Muitas vezes prometem e não conseguem cumprir o combinado. Mas se aprendermos a respeitar uns aos outros, a estabelecer acordos mínimos em que a todo momento nos lembremos do que foi combinado, acho que poderíamos melhorar, e muito, nosso desempenho social.
Sim, confiança e fé tem a ver com os avanços que conseguimos em nossa comunidade. Ao confiarmos de verdade em nossos amigos e vizinhos, vamos, juntos, desenvolver uma maneira de escolher para nos representar nas Câmaras de Vereadores, por exemplo, só aquelas pessoas nas quais confiamos plenamente.
Ao votarmos em quem confiamos, temos a vantagem de poder depois acompanhar o mandato do político. Porque todo voto vinculado à nossa fé e confiança, só vai durar enquanto o político que elegemos souber cumprir a sua parte no acordo. Que é nos ajudar a ter um governo honesto e transparente.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Taxa de juros real é a menor em 17 anos

Segundo notícia divulgada ontem pelo jornal “O Estado de São Paulo”, ficamos sabendo que com “a surpreendente decisão de cortar a Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no final de agosto, o BC desencadeou uma nova rodada de queda da taxa real de juros. De uma média de 6,1% em agosto, ela despencou para 4,7% em setembro e 4,5% em outubro.”
Como são feitas as contas: os juros prefixados de 360 dias entre grandes empresas e bancos ficaram em 10,5%. Deduzindo-se a expectativa de inflação do IPCA nos próximos 12 meses, de 5,7%, chega-se aos 4,5%, que é a taxa real de juros.
Com juros reais baixos, as empresas podem investir com mais tranquilidade na produção, principalmente, porque perdem o estímulo em obter ganhos financeiros com a especulação. É uma situação boa para o Brasil e para o nosso mercado interno, pois evita, também a transferência de renda dos bolsos dos consumidores (a maioria trabalhadores) acaba repassando para os cofres dos banqueiros com os juros embutidos nos preços das mercadorias.
Pois o juro alto que o industrial tem que pagar para manter suas fábricas funcionando nos chega embutido nos preços. Que com um mínimo de concorrência obriga as empresas a buscar alternativas para reduzir custos, já que não podem estabelecer os preços que gostariam.
Resultado: adota-se um permanente arrocho na folha salarial, prejudicando os pisos das categorias profissionais e se valendo, lamentavelmente, da rotatividade de mão de obra para contratar novos trabalhadores com salários inferiores aos que conseguimos estabelecer através das negociações coletivas.
Portanto, juros reais baixos interessa tanto aos empresários como aos trabalhadores e ao consumidor final.
É uma decisão patriótica do Comitê de Política Monetária (Copom) estimulado, claro, pelo chefe do Poder Executivo.
Por isso, basta acompanhar o que relata a reportagem do “Estado” e ver quem era o presidente da República na época.
O juro real brasileiro se manteve acima de 10% do início do plano Real até o final de 2003, início e fim do governo FHC. Nesse período, várias vezes a taxa real atingiu níveis estratosféricos, acima de 20% ou mesmo de 30%.
A partir de 2004, quando se inicia o governo Lula, o juro real oscilou bastante, mas com uma tendência geral de queda. A crise global de 2008 e 2009, porém, provocou uma redução mais forte do juro real, com a queda rápida da Selic, e em julho de 2009 chegou-se a um mínimo de 4,8%.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vida de capitão de navio

Apesar de a Terra ser um Planeta Água, vivemos a maior parte de nossas vidas e de nossas decisões em terra firme, com horizontes bem definidos. E salvo as regiões do planeta submetidas a terremotos, furacões ou enchentes, conseguimos sempre planejar com segurança nossas rotas e nossas vidas.
Não é a mesma coisa que acontece para um capitão de navio que tem que atravessar oceanos com regularidade. Por mais informações que tenha sobre as condições do tempo, nunca saberá direito o exato local das tempestades, o tamanho das ondas, a intensidade dos ventos. Situações que combinadas ou isoladas podem ameaçar seu navio e sua carga ou gerar perigo para seus passageiros.
A responsabilidade é imensa assim como são as incertezas das viagens. E mesmo assim, os navios saem e chegam aos portos de destino com data e hora marcada.
Porque os capitães e as tripulações que os controlam são treinados para se ajustar rapidamente às necessidades que as circunstâncias impõem sem perder o foco no destino traçado.
Ao sonharmos com uma boa universidade para nossos filhos ou uma boa assistência médica na nossa velhice, geralmente, estaremos envolvidos em grandes travessias. Se quisermos adotar para nossa estratégia de vida o que é hábito para um capitão de navio, devemos nos qual é o nosso comprometimento.
E nos organizar para defender nossa rota ao longo da caminhada. Sabemos que uma boa faculdade para nossos filhos depende da qualidade da educação que eles tenham acesso em todos os níveis educacionais, desde a infância até a vida adulta. Como capitão de sua própria vida você está verificando, hoje, a qualidade da educação que seu filho ou filha recebe?]
O mesmo raciocínio vale para sua velhice. Para a gente ter uma aposentadoria que nos garanta um porto seguro, temos que ter primeiro um emprego estável, com um salário minimamente decente e com uma legislação da aposentadoria que funcione a longo prazo.
O que nos obriga a pensar sim nas leis relacionadas com as aposentadorias, a conversar com quem já se aposentou e verificar se os contratos foram cumpridos, se a lei funciona ou se precisa de ajustes. Por exemplo, hoje vivemos sob a ameaça do Fator Previdenciário, que subtrai valor das nossas aposentadorias com o risco real de nos transformar em pedintes para filhos depois de termos entregue mais de 30 anos de nossas vidas a um trabalho duro e continuado.
Portanto, acho que por mais cansados que estejamos depois do expediente ainda deveríamos achar um tempinho para exercitar nossa vida de capitão de navio da própria vida.
E acompanhar o que nossos políticos fazem pela Educação, Saúde, Segurança Pública e nos posicionar a respeito. Senão corremos o risco de não conseguirmos confirmar os nossos sonhos e destinos. E nossos filhos perderem a chance de uma boa universidade e nós vivermos na mendicância social depois de aposentados.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Cuidar da própria vida

Felizmente, é impossível separar nossa vida familiar das nossas vidas produtivas e sociais. Tem muita gerência que adoraria nos ver deixando em casa nossas preocupações para poder chegar na fábrica, na loja ou no escritório sem alma e, principalmente, sem preocupações. Prontos para receber e cumprir ordens, sem questionamento.
Até muito recentemente era comum nas empresas a orientação de que os problemas pessoais não deveriam ser levados para os locais de trabalho.
Hoje, se sabe que quanto mais produtivos e criativos somos, mais integramos nossas vidas domésticas com a vida produtiva e social. Afinal, somos parte de um tecido social, cultural, religioso e econômico que se completa com nossas manifestações nos locais de moradia, nas festas em família, na igreja, nas interações com nossos colegas de trabalho e de condução.
Mesmo assim, muitas organizações querem a criatividade sem estimular as vivências completas. Como se fosse possível robôs sem alma criar alguma coisa.
Cuidar da própria vida é, cada vez mais, cuidar de nossas ansiedades e expectativas nos vários ambientes em que vivemos. Por exemplo, o que adianta trabalhar num restaurante, em que se exige os maiores cuidados com higiene, e viver numa casa insalubre, sem água encanada, sem rede de esgotos?
Ou trabalhar numa empresa com excelente alimentação e receber salários tão ridículos que nos sentimos constrangidos quando lembramos que deixamos em casa nossa família sem ter a garantia de uma mistura para a refeição?
De novo voltamos para nossa tese que cuidar de nossas vidas é cuidar de todos os relacionamentos que estabelecemos na fábrica, no escritório, nos bairros e até mesmo em nossas organizações sociais como o sindicato, igreja ou partido político.
Para ajudar a formar homens e mulheres completos que aprenderão, aos poucos, a harmonizar nossa vida pessoal e doméstica com nossas responsabilidades sociais e econômicas.
Nos unindo, de maneira cada vez mais integrada, para construir um País em que a dignidade seja parte das manifestações familiares, sociais e econômicas. Sem sermos obrigados a conviver com núcleos de extrema riqueza, rodeadas por uma pobreza vergonhosa.
E ver escapar de nossas vidas, ao longo de uma geração inteira, as oportunidades que sobram para os filhos das elites econômicas.
Viver a própria vida é então ajudar a construir um Brasil mais justo, mais harmonioso, que nos encha de alegria criativa tanto na fábrica, quanto na roda de samba. Que reforce nossas almas enquanto oramos ou quando nos reunimos para interferir nas políticas públicas.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Cuidar da própria vida

Felizmente, é impossível separar nossa vida familiar das nossas vidas produtivas e sociais. Tem muita gerência que adoraria nos ver deixando em casa nossas preocupações para poder chegar na fábrica, na loja ou no escritório sem alma e, principalmente, sem preocupações. Prontos para receber e cumprir ordens, sem questionamento.
Até muito recentemente era comum nas empresas a orientação de que os problemas pessoais não deveriam ser levados para os locais de trabalho.
Hoje, se sabe que quanto mais produtivos e criativos somos, mais integramos nossas vidas domésticas com a vida produtiva e social. Afinal, somos parte de um tecido social, cultural, religioso e econômico que se completa com nossas manifestações nos locais de moradia, nas festas em família, na igreja, nas interações com nossos colegas de trabalho e de condução.
Mesmo assim, muitas organizações querem a criatividade sem estimular as vivências completas. Como se fosse possível robôs sem alma criar alguma coisa.
Cuidar da própria vida é, cada vez mais, cuidar de nossas ansiedades e expectativas nos vários ambientes em que vivemos. Por exemplo, o que adianta trabalhar num restaurante, em que se exige os maiores cuidados com higiene, e viver numa casa insalubre, sem água encanada, sem rede de esgotos?
Ou trabalhar numa empresa com excelente alimentação e receber salários tão ridículos que nos sentimos constrangidos quando lembramos que deixamos em casa nossa família sem ter a garantia de uma mistura para a refeição?
De novo voltamos para nossa tese que cuidar de nossas vidas é cuidar de todos os relacionamentos que estabelecemos na fábrica, no escritório, nos bairros e até mesmo em nossas organizações sociais como o sindicato, igreja ou partido político.
Para ajudar a formar homens e mulheres completos que aprenderão, aos poucos, a harmonizar nossa vida pessoal e doméstica com nossas responsabilidades sociais e econômicas.
Nos unindo, de maneira cada vez mais integrada, para construir um País em que a dignidade seja parte das manifestações familiares, sociais e econômicas. Sem sermos obrigados a conviver com núcleos de extrema riqueza, rodeadas por uma pobreza vergonhosa.
E ver escapar de nossas vidas, ao longo de uma geração inteira, as oportunidades que sobram para os filhos das elites econômicas.
Viver a própria vida é então ajudar a construir um Brasil mais justo, mais harmonioso, que nos encha de alegria criativa tanto na fábrica, quanto na roda de samba. Que reforce nossas almas enquanto oramos ou quando nos reunimos para interferir nas políticas públicas.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Lula vence mais um desafio

A doença do ex-presidente Lula preocupa a todos nós, trabalhadores, brasileiros, cidadãos. Mas quem conhece a história de vida de Lula sabe que se trata de mais uma batalha a ser enfrentada, superada e vencida.
É esse o estilo Lula de viver. Lutar sempre. A única diferença é que pela primeira vez na sua vida, Lula vai lutar em causa própria. E terá o apoio, as orações e a torcida do Brasil trabalhador e cidadão para encerrar essa questão o mais rapidamente possível.
Eu conheço Lula de perto. Convivo com ele desde as grandes greves no final do regime militar. É uma liderança que construiu sua sabedoria nas assembleias sindicais, na porta da fábrica, no enfrentamento com as forças da ditadura e nas negociações exaustivas com patrões e com lideranças políticas.
A alma de Lula é aberta para o mundo, sempre em busca do consenso, para construir a unidade que faça o conjunto avançar. Nunca vi Lula viver para ele mesmo. Por isso, sei que a adaptação maior que Lula terá que fazer, e nós temos que ajudá-lo, é lutar em causa própria, pela primeira vez na vida, para vencer e superar a doença.
Lula vai vencer mais essa dificuldade porque sabe que todos nós, trabalhadores e cidadãos precisamos muito de sua sabedoria política, de sua presença nos cenários político e econômico nacionais. Ainda falta muito a ser feito. Temos mais de 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na miséria. Temos, companheiro Lula, muita coisa pra fazer.
Aprendemos a nos inspirar em Lula, na sua capacidade de enfrentar as adversidades, de respeitar as diferenças de opinião e construir a união a favor do Brasil e dos seus cidadãos mais desprotegidos. Precisamos, agora, nos juntar em orações e na torcida para que Lula vença a doença e nos ajude e à presidente Dilma Rousseff a concluir a magnífica obra de reconstrução de um Brasil mais justo, mais igual e, principalmente, com mais oportunidades para todos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

O fracasso dos agourentos

Há menos de dois meses, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou a reduzir os juros e, ao mesmo tempo, o governo da presidente Dilma Rousseff iniciou o processo de aumentar o Imposto dos Produtos Industrializados (IPI) dos carrões importados para 29%, os agourentos de plantão colocaram seus blocos nas entrelinhas dos jornais e nos declarações de seus porta-vozes nos telejornais e rádios: a inflação vai voltar, o desemprego vai voltar, teremos um 2011 perdido para a nossa indústria.
Mas desde quinta feira está sendo divulgada uma análise do Dieese, feita em parceria com a fundação Seade, que mostra que “o comportamento do emprego na indústria surpreendeu em setembro, ao mostrar a maior variação do nível ocupacional entre os cinco setores pesquisados”.
E agora agourentos de plantão?
O que esse pessoal não viu, pois só sabe especular, é que qualquer sinalização de redução de juros, que tenderá a cair gradativamente até atingir um dígito, estimula a concorrência, permite planejar melhor os investimentos e por isso é necessário manter e ampliar a produção.
Os agourentos esquecem que tem gente que aposta de verdade na geração de riquezas através do trabalho árduo e permanente, assimilando inovações e gerando oportunidades tanto para suas empresas como para os trabalhadores que são essenciais para se manter e ampliar o ritmo produtivo.
Só se gera riqueza com o trabalho, com o investimento coordenado de capitais, com a abertura de novos mercados, aqui dentro e lá fora.
Foi por saber disso que nunca demos muito ouvido aos agourentos. Que só se manifestam quando se decide algo a favor da distribuição de renda, da proteção do nosso mercado interno, incluindo nossa mão de obra.
Porque os agourentos perderam há muitas décadas o amor pelo Brasil. São uma elite que se protege com dinheiro fictício, que pode evaporar a qualquer momento de um crise mais aguçada na bolsa. Por isso, são contra avanços que incluam mais brasileiros no mercado de trabalho e que germ, em consequência, mais distribuição de oportunidades e de renda.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Juros podem cair bem mais

Chegamos até vocês com uma notícia que é boa mas que poderia ser muito melhor ainda. A queda da Taxa Selic, que define os juros em nossa economia, foi reduzida de 12% para 11,5% ao ano.
É uma brisa suave para aqueles, como todos nós, que querem ver o Brasil na linha da produção e da geração de novos empregos. Porque a redução das taxas de juros, ainda que lenta e gradual, sinaliza para os especuladores que é hora de colocarem sua grana em alguma atividade produtiva.
Seja na construção civil, seja no investimento industrial ou na agricultura. O que não é boa ideia é continuar a apostar apenas na especulação e trazer dólares do Exterior, transformá-los em Reais e, em seguida, especular no nosso mercado interno.
Segundo reportagem publicada no site G1, a decisão do Banco Central foi tomada em meio ao agravamento da crise financeira internacional, que começou em setembro de 2009, mas que voltou a piorar há poucos meses - com o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poors.
Para o BC, a "transmissão" do cenário de crise externa para a economia brasileira pode acontecer por meio da redução do volume de comércio e do menor aporte de investimentos, além de restrições ao crédito e da "piora" no sentimento de consumidores e empresários. A crise também deve gerar, segundo analistas, redução dos preços dos alimentos - contribuindo para moderar as pressões inflacionárias.
Para nós, cidadãos e trabalhadores do Grande ABC a redução em meio ponto percentual nos coloca em novos níveis de esperança. Finalmente, percebemos que nossa marcação cerrada contra os juros altos, que tinha transformado nossa economia num paraíso para banqueiros, financeiras e especuladores começa a chegar ao fim.
A promessa da presidente Dilma Rousseff de chegar em 2012 com a Taxa Selic em um dígito, ou seja, com os juros anuais menores que 10% também é animadora. E mostra que é possível visualizar no horizonte taxas de juros decentes, ao redor dos 2% ou 3%.
Cicero Firmino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

Escapar da repetição diária

Quem tem perto dos 50 anos, muito provavelmente conhece a música Cotidiano, de Chico Buarque de Holanda. A canção começa assim: “Todo dia ela faz tudo sempre igual:/Me sacode às seis horas da manhã,/Me sorri um sorriso pontual/
E me beija com a boca de hortelã.”
E seguem-se várias estrofes descrevendo a repetição da vida de um operário. Que tenta mas não consegue, nem o peão nem sua esposa, escapar da repetição diária. Enquanto isso, lá fora, na fábrica, na vida, a máquina de moer esperanças, de arrancar riquezas do nosso lombo, continua a operar a todo vapor.
Com os empresários e os políticos sempre atentos e prontos para fazer as empresas e cidades funcionarem de acordo com suas vontades. E a nos obrigar a seguir suas ordens, como máquinas repetidoras.
Mas hoje, somos cidadãos livres e vivemos sem medo de ser felizes. Conquistamos a liberdade de associação, o direito pleno de escolher nossos representantes e só falta escolher mesmo exercitar nossa liberdade e escapar da repetição diária que a rotina do emprego, muitas vezes, nos obriga.
Aqui mesmo em Mauá existe faltam ser construídas 23 mil residências, os postos de saúde funcionam precariamente e nossas crianças estão sem creche.
O que fazer?
É hora, portanto, de a gente estabelecer algumas agendas e irmos, juntos, pressionar nossos governantes. Que não estão em Brasília nem no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Estão bem aqui pertinho da gente. São nossos vereadores, nosso prefeito e seu secretariado.
Todos homens e mulheres que foram eleitos com o nosso voto e que estão sim dispostos a mostrar serviço. Principalmente, porque sabem direitinho que falta menos de um ano para as próximas eleições e não vão querer perder os atuais cargos que ocupam.
Mas político, minha gente, é que nem bandeira ao vento. Se a gente não soprar para que ajam a nosso favor, se virando para conseguir verbas para construir novas casas, para melhorar o posto de saúde e nossas creches, eles (e elas) acabam se dobrando ao vento dos empresários.
Por isso, tire pelo menos duas horas por semana para se reunir com seus parentes, amigos e vizinhos. Faça uma agenda mínima do que mais preocupa cada um de vocês. E escolha um de vocês para levar, uma vez por mês, as reclamações e, principalmente, as reivindicações aos vereadores, durante as reuniões na Câmara Municipal.
A mudança para melhor virá. Desde que você escolha sair da rotina e escapar da música Cotidiano e passar a fazer algo diferente e a favor de sua comunidade a cada dia.
Cicero Firmino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

Escapar da repetição diária

Quem tem perto dos 50 anos, muito provavelmente conhece a música Cotidiano, de Chico Buarque de Holanda. A canção começa assim: “Todo dia ela faz tudo sempre igual:/Me sacode às seis horas da manhã,/Me sorri um sorriso pontual/
E me beija com a boca de hortelã.”
E seguem-se várias estrofes descrevendo a repetição da vida de um operário. Que tenta mas não consegue, nem o peão nem sua esposa, escapar da repetição diária. Enquanto isso, lá fora, na fábrica, na vida, a máquina de moer esperanças, de arrancar riquezas do nosso lombo, continua a operar a todo vapor.
Com os empresários e os políticos sempre atentos e prontos para fazer as empresas e cidades funcionarem de acordo com suas vontades. E a nos obrigar a seguir suas ordens, como máquinas repetidoras.
Mas hoje, somos cidadãos livres e vivemos sem medo de ser felizes. Conquistamos a liberdade de associação, o direito pleno de escolher nossos representantes e só falta escolher mesmo exercitar nossa liberdade e escapar da repetição diária que a rotina do emprego, muitas vezes, nos obriga.
Aqui mesmo em Mauá existe faltam ser construídas 23 mil residências, os postos de saúde funcionam precariamente e nossas crianças estão sem creche.
O que fazer?
É hora, portanto, de a gente estabelecer algumas agendas e irmos, juntos, pressionar nossos governantes. Que não estão em Brasília nem no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Estão bem aqui pertinho da gente. São nossos vereadores, nosso prefeito e seu secretariado.
Todos homens e mulheres que foram eleitos com o nosso voto e que estão sim dispostos a mostrar serviço. Principalmente, porque sabem direitinho que falta menos de um ano para as próximas eleições e não vão querer perder os atuais cargos que ocupam.
Mas político, minha gente, é que nem bandeira ao vento. Se a gente não soprar para que ajam a nosso favor, se virando para conseguir verbas para construir novas casas, para melhorar o posto de saúde e nossas creches, eles (e elas) acabam se dobrando ao vento dos empresários.
Por isso, tire pelo menos duas horas por semana para se reunir com seus parentes, amigos e vizinhos. Faça uma agenda mínima do que mais preocupa cada um de vocês. E escolha um de vocês para levar, uma vez por mês, as reclamações e, principalmente, as reivindicações aos vereadores, durante as reuniões na Câmara Municipal.
A mudança para melhor virá. Desde que você escolha sair da rotina e escapar da música Cotidiano e passar a fazer algo diferente e a favor de sua comunidade a cada dia.
Cicero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A luta é contínua

Vivemos, muitas vezes, sob o lema que o Partido dos Trabalhadores criou na década de 80: a luta continua. Mas, tão forte quanto essa bandeira que nos alerta o tempo todo para o fato de nos mantermos sempre atentos e prontos para as mudanças, é também reconhecer que se trata de uma situação contínua, sem tréguas, que devemos nos ajustar todos os dias, todas as horas, em todas as conversas.
Por exemplo, a economia brasileira está cercada, hoje, pelas potências econômicas europeias e norte-americana em uma gravíssima crise. O desemprego chega a 20% na Espanha. A Grécia não vê saída para resolver sua dívida com bancos europeus e pode declarar moratória a qualquer momento. Os Estados Unidos não conseguem gerar empregos novos.
Enquanto isso, aqui no Brasil, nosso governo tenta, a exemplo do que Lula já havia feito, defender nossa economia, proteger nossa indústria e nossos empregos. As medidas adotadas, como o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a redução da taxa de juros ajudam.
É hora de os empresários perceberem que com juros mais baixos, que continuarão a cair, que surge uma janela de oportunidades para se investir na produção.
Reconhecer que para ampliar as chances de aproveitar a relativa tranquilidade de nossa economia que é necessário estabelecer parcerias sólidas com seus principais aliados que são os trabalhadores e os consumidores finais.
Como? Apostar de verdade em investimentos que ampliem, ainda mais, a produtividade. E repassar os preços, que serão mais competitivos, para seus consumidores finais. Os trabalhadores, aliados permanentes, manterão a dedicação que garante a produtividade e a qualidade em nossa indústria. E o mercado interno se aquecerá, retornando lucros para as empresas que, de fato, investirem na produção.
É o momento histórico de colocarmos em prática uma regrinha simples, que o ex-presidente Lula nunca se cansou de repetir: preservar o mercado interno é negociar a transferência de renda dos setores produtivos para o bolso dos trabalhadores, através de salários decentes. A população com mais dinheiro no bolso, consumirá mais. E criará um círculo virtuoso que consolidará nossa economia.
É, portanto, uma luta contínua. De todos nós, brasileiros e patriotas, empregados, empresários e cidadãos que têm pela primeira vez na História de nosso País a oportunidade de contribuir para manter o vigor de nossa economia num momento em que as grandes potências mundiais atravessam sérias dificuldades.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Cuidado, querem te culpar pela inflação

Se você é de uma família trabalhadora que está acostumada a ganhar e a gastar junto, deve se cuidar com os economistas de plantão que estão querendo culpar você e sua família pela inflação.
Antigamente, quando a gente só podia gastar da mão pra boca e torrava todo o nosso salário em comida, primeiro porque era pouco e segundo porque nem todo mundo da família tinha emprego e podia contribuir com a renda, ninguém se preocupava com o que gastávamos.
Agora, inventaram uma tal de inflação de serviços e estão dizendo por aí que os novos consumidores (isso, mesmo, a gente) estão gastando mais em serviços do que que em produtos. E que essa nossa nova mania seria a responsável por “pressionar a inflação”.
Segundo o Data Popular, em reportagem publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, “de cada R$ 100 desembolsados hoje, R$ 65,20 são com serviços e R$ 34,80 com produtos. Há 9 anos, as proporções entre gastos com serviços e bens de consumo estavam equilibradas. Eram de
49,5% e 50,5%, respectivamente.”
Por isso, os economistas de plantão, sempre dispostos a emprestar seus nomes para as manipulações contra os interesses dos mais pobres estão divulgando que os nossos hábitos de consumo “dificultam a tarefa do Banco Central de trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%. É que os serviços não podem ser importados para conter a alta de preços.
Além disso, seus preços são influenciados pelo salário mínimo, que tem reajuste programado de 14% para o ano que vem.”
Ou seja, enquanto a gente gastava pouco, porque ganhava muito pouco, e a inflação era altíssima, não se publicavam análises que atribuía aos mais pobres a responsabilidade pela inflação.
Agora, ganhamos o suficiente para consumir o pão nosso de cada dia e ainda sobra para o celular, o cabeleireiro, o cinema. Aí não pode, pois estaríamos ajudando a aumentar a inflação se apressam a nos dizer os analistas financeiros.
Quando, a própria presidente Dilma Rousseff disse que o ideal para manter nosso mercado interno aquecido é continuarmos a consumir com responsabilidade, endividar pouco e ajudar a economia brasileira se manter aquecida e geradora de empregos.
E é isso que vamos continuar a fazer, sem dar ouvidos aos analistas de plantão, sempre a serviço das elites e que não entendem mesmo que o Brasil mudou e que agora os trabalhadores e suas famílias, a famosa nova classe média, participam com orgulho do mercado interno brasileiro.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Melhorar nossos salários para proteger nosso mercado interno

Entender os erros dos outros, depois que eles se revelam, até que não é muito difícil. Há uns 20 anos, as grandes empresas dos Estados Unidos e Europa começaram a fechar suas indústrias locais e mandar sua produção para os países asiáticos, onde a mão de obra era mais barata. E, em muitos casos, beirava a escravidão.
Hoje, as economias norte-americanas e europeias vivem numa recessão brava, pois seu sistema financeiro perdeu a sustentação da riqueza, que só a produção garante.
Enquanto o setor de serviços se expandia, os empregos existiam. Mas quando caiu por terra as bolhas da especulação financeira, os serviços foram reduzidos e sem emprego industrial, o desemprego atinge níveis assustadores nos Estados Unidos e na Europa.
Neste momento essas economias olham para o Brasil. Quem trazer para cá seus carros, produtos eletrônicos e quinquilharias. E levar daqui nosso minério de ferro, nosso petróleo, nossas riquezas naturais.
Mas, depois de muitos séculos, temos agora um governo que nos defende. E a presidente Dilma Rousseff “determinou aos ministros da área econômica que não se cansem de buscar formas de o Brasil se defender - e atacar, sempre que preciso - na guerra cambial. Ao mesmo tempo, o governo prepara mais medidas para fortalecer o sistema de defesa comercial”, conforme noticiou na segunda o jornal “O Globo”.
Defender nossa produção industrial e nosso mercado interno exige de cada um de nós, sejamos metalúrgicos ou empresários, a preocupação com o reforço da nossa produtividade e do consumo interno.
E ainda não inventaram outra maneira mais eficiente de reforçar o consumo interno do que a que se faz pela transferência de renda através dos salários.
Por isso, neste momento de crise mundial é a hora de empresários e lideranças sindicais negociarem reajustes salariais que nos tornem fortes o suficiente para continuar a defender o Brasil e seu mercado interno.
Como todos sabemos, uma corrente tem a força de seu elo mais fraco. Os trabalhadores se recusam a ser, de novo, esse elo mais fraco e a pagdarem, sozinhos pela crise, como aconteceu no governo FHC.
Agora, o governo brasileiro joga na defesa da nossa economia. Os juros vão continuar a cair e as medidas necessárias a proteger nosso mercado de consumo e de trabalho serão continuamente expandidas.
A cada um de nós cabe, portanto, apoiar o Sindicato e a Força Sindical nas negociações da Campanha Salarial 2011. Porque é através dos salários atualizados que teremos condições de fazer nossa parte no mercado interno.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Alerta geral do governo Dilma:

Hora de investir na produção porque os juros vão cair para 2% ou 3% ao ano

Declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, feitas nesta semana na Fiesp confirmam o que os trabalhadores e alguns setores empresariais sempre quiseram para a economia brasileira, ou seja, juros em patamares que estimulem o investimento produtivo, que gerem empregos e permita à economia ter uma dinâmica de maior distribuição de riqueza e de oportunidades para todos.
A tendência é de queda dos juros para patamares entre 2% e 3%, de acordo com as declarações do ministro da Fazenda para uma plateia de empresários da Fiesp.
Já no próximo ano, os juros devem chegar a 9%, segundo declarações da presidente Dilma Rousseff. Por isso, estamos na torcida para que antes do término do seu primeiro mandato que atinjamos o patamar anunciado pelo ministro da Fazenda.
Porque com juros a níveis civilizados, vamos segurar no Brasil a montanha de dinheiro que atualmente é gasta para financiar a dívida pública. Vai sobrar dinheiro para investimentos diretos em Educação, Saúde, Saneamento Básico e em nossa Segurança Pública.
Por isso, é essencial que nós trabalhadores, que sempre apoiamos Lula e Dilma nas suas cruzadas a favor de um Brasil mais moderno, mais justo e com maior distribuição de renda e de oportunidades que nos empenhemos na atual campanha salarial para ampliar os patamares de renda para nossas respectivas categorias.
Enquanto nós metalúrgicos nos contribuimos patrioticamente para sustentar nosso mercado interno, para onde canalizamos todos os nossos ganhos salariais, para muitos empresários só interessa o lucro acumulado em contas privadas no Brasil e no Exterior.
Mas são empresários que já percebem direitinho que numa economia com juros baixos que a única alternativa para acumular lucros é através da produção. E que sabem também que com juros baixos que é mais fácil financiar o crescimento e produzir mercadorias com preços muito mais competitivos em termos mundiais.
Portanto, o alerta está dado. E vamos, metalúrgicos que somos, acompanhar de pertinho o desempenho dos empresários do nosso setor. E a hora de provarem a determinação de ter seus trabalhadores como associados na geração de riquezas é agora, enquanto estamos negociando a atual campanha salarial e a nossa participação nos lucros e nos resultados.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

O poder público e as redes sociais

Se você já aprendeu a usar o Facebook e o Orkut no seu dia a dia, descobrirá que as pessoas postam de tudo. Falam das próprias vidas, dos livros que leram ou que gostariam de ler. Dos filmes que assistiram. Das viagens e festas que frequentaram.
Mas tente achar nos depoimentos de seus vários amigos e conhecidos alguma reclamação direta, com nome e sobrenome de uma má ação ou tratamento não adequado recebido numa repartição pública, num pronto socorro ou numa delegacia de polícia.
Ou mesmo uma crítica à atuação de um vereador, deputado estadual ou federal. Nada ou quase nada. Parece que ao acessarmos as redes sociais (Facebook e Orkut) que travamos nosso lado cidadão. E deixamos expostos apenas nosso lado festeiro e de lazer.
É uma pena. A gente poderia transformar as redes sociais numa excelente ferramenta de aprimoramento da democracia brasileira. E nos tornar os fiscais de nossa comunidade, apontando erros, exigindo soluções, mobilizando os demais cidadãos para causas de interesse imediato em nosso bairro ou cidade.
Recentemente, um pessoal usou o Facebook para criar uma manifestação contra a corrupção na Cinelândia, no centro do Rio.
A manifestação "Todos Juntos contra a Corrupção - Compartilhe Honestidade" foi marcada pela espontaneidade dos participantes. O ato, que foi idealizado a partir das redes sociais e conquistou o apoio de mais de 33 mil usuários no Facebook, conseguiu reunir cerca de 2,5 mil pessoas, de acordo com estimativa da Polícia Militar.
É um tipo de exemplo que podemos seguir aqui mesmo na nossa rua, bairro ou cidade. Buscando solidariedade e apoio em relação a um posto de saúde que não funciona. Denunciando a indiferença de um vereador ou prefeito. E podemos reforçar nossa mobilização através de vídeos que podemos vincular aos nossos posts no Facebook ou no Orkut.
Falta só a gente acrescentar aos tons festivos das redes sociais nossas preocupações legítimas com a administração de nossa cidade. Aí, sim, vamos entrar numa nova etapa em que poderemos pressionar diretamente os políticos que deveriam estar a serviço de nossas vontades cidadãs.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Parabéns pelos 58 anos da Petrobras

Nesta semana a Petrobrás completa 58 anos. E quem ainda é muito jovem talvez não saiba a histórica luta que os trabalhadores e os partidos de esquerda travaram em torno do lema “O Petróleo é nosso”, para que também a Petrobras continuasse sobre o controle dos brasileiros.
Quando se descobriram as primeiras jazidas de petróleo no Brasil, o petróleo já era uma commodity estratégica em função dos seus derivados, óleo, gasolina, resinas, borrachas, etc. produzir componentes essenciais para sustentar a indústria automobilística.
Por isso, o resto do mundo, especialmente as grandes companhias de petróleo, como a Esso, a Shell e a Texaco sonhavam em controlar o mercado interno em torno do petróleo e seus derivados.
E valia tudo. Lobby poderosíssimo tentou arrancar o petróleo do controle do Estado brasileiro. Mas, a pressão popular, com os sindicatos dos trabalhadores à frente, entre eles o Sindicato dos Trabalhadores de Santo André e Mauá, conseguiu reverter a feroz campanha contra o nosso petróleo.
E se hoje temos o Pré-Sal é porque ontem lutamos e vencemos a luta do “Petróleo é nosso”.
Pois bem, aí vem aquele jovem e nos pergunta: “e o que nós temos a ver com isso?” Bem se você mora em Santo André e Mauá eis algumas informações que talvez te interesse. Não fomos muito longe para consegui-las. Basta uma olhada rápida na internet que você também encontrará as mesmas informações:
“ O Pólo Petroquímico do Grande ABC começou sua história em 1954, quando a Petrobras instalou uma de suas primeiras unidades no Estado de São Paulo, a Refinaria de Capuava - na época, a maior refinaria de petróleo do país.
Hoje ele é composto por 14 indústrias que produzem os petroquímicos (etileno, propileno e polietileno, entre outros), a matéria-prima essencial para a fabricação de resinas, borrachas, tintas e plásticos, por exemplo, que atendem a indústrias de todos os segmentos.
A presença do Pólo Petroquímico no Grande ABC é um fator fundamental para a economia da região uma vez que, atualmente, os setores Químico e Petroquímico são responsáveis por 36% da arrecadação de ICMS do município de Santo André e 66% do município de Mauá, além de empregar direta e indiretamente, quase 25.000 pessoas.”
Aproveite e comemore com a gente os 58 anos da Petrobras.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Valorizar seu passe social

Somos condicionados a não nos preocupar muito com o significado do Poder Público. Para muitos de nós, Poder Público tem a ver com mando, com autoridade governamental, com política e, muitas vezes, com maracutaias e corrupção.
Infelizmente, quanto mais a gente pensa assim, mais os aproveitadores deitam e rolam na administração pública, pois conseguem nos enganar tanto nas eleições como no exercício de suas funções à frente das câmaras de vereadores, secretarias municipais e prefeituras.
E sem uma vigilância social se sentem à vontade para estabelecer acordos com corruptores e ganhar dinheiro com a corrupção ou conseguir favores pessoais usando a máquina do Estado para a qual deveriam prestar serviços com honestidade e integridade.
Daqui a um ano acontecerão novas eleições municipais. Escolheremos vereadores e prefeitos. E a corrida para as tais eleições começa a partir do próximo dia 7 de outubro.
No princípio, por restrições da lei eleitoral, os candidatos se apresentarão discretamente, tentando seduzir você e ganhar sua confiança. Para a partir do ano que vem, assim que começar a campanha pra valer, se apresentarem como sendo o seu candidato.
É o momento, portanto, de aprendermos a valorizar nosso passe social. Em vez de esperar passivamente que o candidato (ou candidata) te procure, tente identificar as principais lideranças de sua vila, comunidade, bairro ou cidade.
Ao identificá-las, se apresente para se integrar às suas campanhas. Mas não vá sozinho e, muito menos, tente se vender para participar da campanha.
É hora de você mostrar que tem preocupações sociais, que quer ter um representante à sua altura, que se comprometerá com você, seus amigos e pessoas de sua confiança, para poder nas eleições do ano que vem merecer seu voto.
Assim, com o seu passe social valorizado, você ajudará sua comunidade e sua cidade a estabelecer alianças com políticos sérios. Porque eles (e elas) existem. E desta maneira contribuirá para melhorar o exercício do Poder Público.
Ou seja, você participará diretamente da escolha dos que vão, a partir do ano que vem, se candidatar a receber o seu voto, para exercer o Poder Público com dignidade.
Só assim, teremos políticos que levarão a sério os investimentos sociais e respeitarão os recursos do Município que são arrecadados através de impostos que pagamos. Dinheiro que é para ser usado, com seriedade, nos investimentos em Educação, Saúde e Segurança Pública.
No fundo, o exercício do Poder Público depende de você. De seu envolvimento direto na ação política e de como você deixa claro para os candidatos aos cargos públicos quais são as condições para terem o seu voto e como os vigiará no exercício de suas funções.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Hora de participar da retomada do crescimento industrial

As notícias de economia dos principais jornais, entre eles Folha de S. Paulo e Valor Econômico, antecipam um cenário absolutamente favorável para a retomada do crescimento industrial no Brasil.
Com a queda de apenas meio ponto percentual, de 12,5% para 12% na Taxa Selic, que define os juros no país, os grandes especuladores, os fundos de pensão e banqueiros já começam a contabilizar suas perdas.
Os bilhões de reais estocados nos principais fundos de pensão já não conseguem a rentabilidade que obtinham apostando nos títulos da dívida pública que geravam rendimentos altíssimos porque os juros eram igualmente altos.
A saída de se investir na Bolsa de Valores, numa mistura de investimento sério e especulação, também está secando pois a Bolsa cai mais do que levanta.
Parte dessa montanha de dinheiro terá que ser investido na produção ou se transformará em prejuízo para os acionistas destes fundos de pensão.
Além da atitude corajosa de reduzir os juros e apontar para uma queda de mais um por cento na Taxa Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Econômica do Banco Central, o governo Dilma Rousseff aumentou o IPI dos carros importados, que não tem menos do que 65% das suas partes fabricadas no Brasil.
Resultado: há uma pressão positiva para a indústria automobilística que atua no Brasil, com geração de mais encomendas para o setor de autopeças e a retomada de novos investimentos em transferência para fábricas de automóveis para o Brasil.
Acrescente-se o fato de o dólar está subindo, ou seja, melhora os preços das nossas exportações e torna nosso parque industrial mais competitivo internacionalmente.
Combinando todos os cenários, há uma perspectiva sólida de retomada de crescimento da indústria nacional. E é esse cenário que a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá vai discutir com os empresários do setor, ao longo da nossa Campanha Salarial, que já começou.
Sem chororô, sem deixar os patrões se esconder atrás das desculpas esfarrapadas da crise mundial. As oportunidades estão sendo criadas é aqui no Brasil, por nosso governo que está sabendo enfrentar as crises, gerando oportunidades para quem investe na produção.
Nada mais justo, portanto, que nossa campanha salarial se traduza em excelentes acordos, com aumento real e com a negociação de satisfatórias participações nos lucros e nos resultados.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Os 78 do nosso Sindicato

Como todos vocês que sabem tenho a honra de presidir o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. Na última sexta-feira, dia 23 de setembro, comemoramos 78 anos de existência e no domingo, dia 25, repetimos a comemoração com as novas obras que realizamos aqui na nossa sede em Mauá.
Registro a data festiva para chamar a atenção de cada um de vocês história de lutas que organizamos e montamos ao longo de quase oito décadas.
Nosso Sindicato está sempre pronto para ampliar suas lutas salariais e sindicais e para reforçar as principais necessidades políticas e econômicas de nossa comunidade.
Por isso, ao longo destes 78 anos estivemos em todas as grandes transformações que o Brasil passou. Apesar de sermos gratos ao primeiro governo de Getúlio Vargas que criou a atual estrutura sindical, não pensamos duas vezes quando foi necessário combater o Estado Novo, que instaurou uma ditadura entre 1937 e 1945.
Mas também apoiamos, na primeira hora, quando em 1953, Getúlio Vargas, em seu segundo governo, agora presidente eleito pelo voto, promulga, no dia 3 de outubro, a lei da criação da Petrobras. Fomos para a rua com o lema “O Petróleo é nosso”, diante das campanhas que queriam entregar nosso petróleo para as grandes multinacionais mundiais de petróleo.
E, hoje, podemos ver o resultado daquela mobilização com a Petrobras que é uma das principais empresas do mundo, com o vigor do nosso setor petroquímico aqui em Mauá e Santo André. E com o potencial de riqueza que teremos com o Pré-Sal.
Lutamos também contra a ditadura militar e sofremos, por isso, seguidas intervenções, prisões e assassinatos de companheiros. Mas nunca nos intimidamos, nem na época da ditadura militar nem agora, quando estamos cada vez mais vinculados às comunidades e ao Chão de Fábrica.
Por isso, nestes 78 anos que dividimos com você, leitor e leitora, estamos prontos para novos desafios. Queremos a redução da jornada das atuais 44 horas semanais para 40 horas sem redução dos salários. Porque sabemos que com essa iniciativa além de gerar mais proximidade dos trabalhadores com as suas famílias ajudará a criar mais de 2 milhões de novas vagas.
Queremos o fim do Fator Previdenciário pois é uma medida que achata o valor das aposentadorias e pensões, tirando renda do trabalhador no momento da velhice quando ele (ou ela) mais precisa.
E não nos esquecemos nem um minuto sequer de nossa batalha permanente a favor da Educação, da Saúde e da nossa Segurança. Hoje não temos mais os militares ou a inflação brava para enfrentar. Mas a mobilização é necessária pois ainda vivemos num Brasil muito injusto e muito desigual, e precisamos melhorar esta situação.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Manipulação da informação ou opinião pública?

Estamos vivendo tempos de grandes transformações no Brasil. Como estamos no meio do redemoinho nem percebemos às vezes que aumenta a cada dia nossa participação, seja como consumidor ou como cidadão, nos destinos de nossa comunidade, cidade, Estado e País.
Todos os governos devidamente eleitos e em atuação não ousam mais adotar políticas públicas que sejam contrárias aos interesses da população. Até mesmo os grandes empresários, sempre sedentos de lucros a qualquer preço, tomam cuidados de proteger a imagem de suas empresas se apresentando como socialmente responsáveis.
Mas tem sempre um exército à disposição das elites que atua nos bastidores tentando transformar as informações que são de interesse estratégico dos grandes grupos em opinião pública. Pois, cada vez mais, é impossível gerenciar o País sem o consentimento, mínimo que seja, das grandes massas de consumidores e de trabalhadores.
Por isso, a cada atitude que o governo federal adota é importante que a gente avalie as gritarias. Quando aumentavam os juros, só as lideranças dos trabalhadores e alguns setores da indústria esperneavam. O resto (banqueiros, especuladores, financeiras) ficavam na moita, caladinhos.
Foi só o governo Dilma reduzir em míseros 0,5% a Taxa Selic, que estava em 12,5% e foi para 12%, para a gente passar a conhecer os esperneadores dos juros altos. Na gritaria deles, que tentam manipular a opinião pública, afirmam que a inflação vai voltar, que a economia vai estagnar. Estão reagindo com a mesma fúria diante do aumento para 29% no Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI), dos carrões importados.
Vamos acompanhar quem grita e vamos descobrir que devemos apoiar as medidas de reduzir juros e aumentar o IPI pois são decisões que protegerão a indústria local e nossos empregos.
Portanto, fique atento. Forme sua própria opinião observando os esperneadores de sempre. E busque, sempre, ouvir seus companheiros, sua família, seus vizinhos. E quando der, opine também. Pois temos certeza que conseguiremos, assim, criar uma opinião pública forte e transformadora, que o Brasil quer e precisa.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Governo Dilma detona juros e defende nossos empregos

Aos poucos, alguns setores do Brasil, especialmente os banqueiros, especuladores e os grandes magnatas da importação começam a sentir que a marca do governo Dilma é sempre a favor da nossa economia.
Apesar de a presidente ter avisado em campanha que governaria para a Nação brasileira e não para este ou aquele grupo, e tendo conseguido crédito e voto de grande parte da população, os megaempresários continuaram a apostar contra o Real e acreditando que o dólar iria ficar baratinho para sempre.
O raciocínio de parte deste empresariado era o seguinte: com dólar baixo e juros lá em cima, em vez de investir na produção e gerar empregos era mais vantajoso pegar dólar emprestado lá fora, engordar o capital aqui dentro, e quando fosse a hora de pagar o empréstimo ainda ia sobrar uma dinheirama.
Outro setor empresarial apostava na importação de tudo o que pudesse, principalmente carros zero. Que eram continuamente empurrados em nosso mercado interno, sem ter uma infraestrutura para manutenção e muito menos sem transferir tecnologia para o País. O resultado, a médio e longo prazos, seria o desmantelamento de nossa indústria de autopeças e a extinção de milhares de vagas na indústria automobilística.
Estavam transformando o mercado interno brasileiro em chácara de engorda de dólares e em local no qual descarregavam os carros que não conseguiam vender nos países de origem.
Mas aí chegou Dilma Rousseff. Depois de ter limpado a casa e substituído cinco ministros em nove meses de governo, a presidenta pressionou para que os juros fossem reduzidos de 12,5% ao ano para 12%, com tendência de abaixar mais ainda nos próximos meses. E aumentou o Imposto de Produtos Industrializados (IPI), de carros que são inteiramente fabricados lá fora, para 29%.
A gritaria começou. E de nada vai adiantar. A presidenta Dilma governa para a maioria do povo brasileiro, gente como nós, que não especula com dólar e muito menos tem dinheiro para gastar com carrões importados.
Agora, é a hora de a gente fazer nossa parte. Estamos em plena Campanha Salarial e os empresários estão doidos para arrumar desculpas para não repor a inflação e nos garantir aumento real. Por isso, estamos em mobilização total. Para proteger nosso mercado interno e, principalmente, para conquistar aumento real em nossos salários. Que é a maneira honesta de transferir renda neste Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Oportunidades iguais para mulheres

Saiu no jornal “Folha de S. Paulo” dessa segunda-feira, dia 19, uma reportagem baseada em um relatório do Banco Mundial que prova que “se homens e mulheres tivessem oportunidades iguais para obter um emprego, a produtividade no mercado de trabalho em nível mundial poderia ter um crescimento entre 3% e 25%”.
Na América Latina, o aumento da produtividade poderia chegar a 16%, segundo constatou Ana Revenga, uma das autoras do estudo do Banco Mundial. As mulheres enfrentam barreiras quase que intransponíveis no mercado de trabalho, mesmo quando têm mais escolaridade que os homens.
O fato de terem que cuidar da casa e dos filhos as tornam reféns de empregos de baixa remuneração e, muitas vezes, baixa qualificação. O que, em termos econômicos e sociais, constatou o estudo do Banco Mundial, gera um prejuízo para a sociedade como um todo e para os empresários que deixam escapar uma força de trabalho tremendamente produtiva.
Quem sabe com este alerta, os empresários aqui da região não começam a dar mais atenção às políticas de seleção de pessoal de suas empresas. Nós que vivemos perto da produção, percebemos que quando as mulheres são integradas ao ambiente fabril, seja no Chão de Fábrica ou nos níveis gerenciais, que o ambiente produtivo melhora.
As nossas companheiras agregam mais dedicação e comprometimento à equipe. E como costumamos dizer, mulher não brinca em serviço. O que ajuda as equipes que tenham mulheres a ter uma dose extra de foco e competitividade.
Porque as mulheres, descobrimos na prática, são multifuncionais. E depois de estarem devidamente integradas às funções raramente esperam ordens para fazer o que consideram sua obrigação. E, na maioria das vezes, estão um passo a frente da burocracia das empresas, sempre ajustando, protegendo, melhorando a maneira de se executar uma tarefa.
Segundo o Banco Mundial, o que reforçaria a produtividade das trabalhadoras seriam os anos a mais de formação escolar. O que lhes permite um entendimento mais rápido do contexto funcional e tê-las na equipe ajudaria a azeitar os procedimentos produtivos.
Quem sabe, diante desta evidência, os empresários e indústrias aqui da região adotem, de verdade, oportunidades iguais para homens e mulheres. É do interesse de suas empresas aumentar a produtividade. É do interesse da família trabalhadora que o mercado de trabalho trate igualmente o pai e a mãe, o filho ou a filha, quando o assunto é gerar oportunidades para se buscar oportunidades de emprego e, consequentemente, renda para a família.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Enem para melhorar a Educação para os pobres

A euforia tomou conta de vários noticiários com o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que saiu dos 501 para 511 pontos. A ponto de técnicos do governo federal alardearem que nos próximos 10 anos (em vez dos 15 anteriormente previstos) que chegaremos aos 600 pontos.
Mas ainda tem muito chão para percorrer. Principalmente, é necessário universalizar a qualidade da Educação brasileira, pois o retrato que o Enem mostrou é preocupante.
Segundo a Agência Brasil, todas as escolas públicas que compõem a lista das 100 melhores no Enem têm modelo de organização diferenciado e boa parte está vinculada às universidades públicas.
Ainda fazem parte desse grupo os colégios militares, os institutos federais de Educação Profissional e as escolas técnicas estaduais. E o lamentável: entre as cem melhores escolas classificadas no Enem, nenhuma delas é uma unidade da rede estadual com oferta regular.
O que nos leva a refletir que se o Estado quiser investir para valer e cuidar bem da Educação dos nossos jovens que tem condições e parâmetros para fazê-lo. É muito fácil reproduzir os ambientes educacionais nas escolas técnicas, colégios militares e nos colégios de aplicação vinculados às universidades.
Basta direcionar o dinheiro disponível para os modelos que dão certo que, mesmo sem ser educadores, nós sabemos: pagar melhor os professores, estimular os alunos e gerar competência educacional no dia-a-dia da escola.
Senão, corremos o risco de mesmo com Enem reproduzir, em novo estágio, a segregação escolar, em que alguns alunos (especialmente, os mais pobres e dependentes das escolas públicas) continuarão a ser sempre os mais prejudicados.
Principalmente, se o Enem passar a ser obrigatório, como quer o governo e servir como referencia única para acesso às universidades, no lugar do vestibular.
Num Brasil com esta imensa má distribuição de renda, incorporado no DNA de nossa elite, temos que exigir mudanças que beneficiem a todos. Para avançar de maneira uniforme e gerar oportunidades educacionais que sejam iguais para todos. Portanto, ainda não dá para comemorar, com a euforia oficial, os recentes resultados do Enem.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Mais renda para as mães, esposas, trabalhadoras

Pesquisa encomendada pelo jornal “O Globo” mostra um salto na renda das mulheres de 30,8% entre 2006 e 2011. A renda feminina subiu de R$ 519,3 bilhões, em 2006, para R$ 679,5 bilhões, em 2011. No mesmo período os homens que já tinham uma renda acumulada de R$ 868,3 bilhões foram para R$ 1 trilhão, com uma variação de 22,7%.
Mas no que se define agora como nova classe média, ou seja, a Classe C, a massa de renda delas avançou 48,6% em cinco anos, para R$ 333,3 bilhões; enquanto a deles subiu 38,3%, para R$ 508,8 bilhões.
E basta estarmos atentos em nossas vilas e bairros que a gente percebe a nova força econômica das mulheres. Os salões de cabeleireiro estão sempre cheios, assim como as lojas que vendem cosméticos.
São bons sinais que se complementam com nossas esposas, mães e filhas tendo mais acesso à Educação e com uma participação social muito mais expressiva. E que comprovam, também, o acerto das políticas públicas adotadas desde o início do governo Lula que transfere renda priorizando quem tinha muito pouco.
O importante de se transferir renda para as mães, esposas e trabalhadoras é que o dinheiro é investido, preferencialmente, na família. No estímulo aos filhos e filhas, na melhoria da casa e da alimentação. Porque a mulher cuida mesmo. E tende a não embarcar, facilmente, no consumo.
Mas, o mais importante desta nova etapa, é o ganho de renda tanto para a mulher quanto para os homens, com uma variação maior para as famílias trabalhadoras que se situam na Classe C.
É hora de fazer as contas, de planejar os gastos e, principalmente, de se manter atento para não sofrermos recuo nestes ganhos de renda. Porque, não devemos nos iludir, todo avanço a favor da família trabalhadora preocupa alguns setores da nossa elite que, infelizmente, não percebem as vantagens de se distribuir renda de maneira persistente e para todos os setores sociais e econômicos, com atenção especial aos excluídos.
Pois na medida em que o cidadão se transforma em consumidor melhor fica a situação do nosso mercado interno e melhora não apenas para as famílias da base da pirâmide, mas para o conjunto da nossa economia. Beneficiando, também, os empresários e seus empreendimentos.
É uma conta fácil de fazer. Mas o difícil é ensinar para alguns setores da nossa elite a largar o osso da concentração de renda. Mas com participação social vamos, aos poucos, confirmando o novo estágio de renda que conquistamos no Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Para entender as entrelinhas

Apesar das facilidades de acesso que a tecnologia da internet gera para todos nós, através do acesso a sites, blogs e jornais on-line, a comunicação de massa, que pretende atingir grandes agrupamentos humanos é algo extremamente caro.
Seja o jornalismo noticioso em papel, na televisão ou no rádio. As equipes e a infra-estrutura operacional são coisa de gente muito grande, pois o noticiário final alavanca grandes interesses econômicos, influencia os destinos da Nação, derruba ministros e, até mesmo influencia na definição do futuro de nossa economia.
Por isso, cada vez mais os trabalhadores e os cidadãos brasileiros, nós mesmos, os carregadores de piano da nossa economia, que não temos acesso aos editores de jornais e nos programas de rádio ou de tv somos apenas os figurantes nos palcos, temos que ficar cada vez mais espertos e entender as entrelinhas do noticiário.
Por exemplo, na grande maioria dos nossos órgãos de divulgação a economia brasileira vai de mal a pior. Tanto o governo Lula quanto o de sua sucessora, Dilma Rousseff estariam, nas análises que acompanhamos, prejudicando o Brasil.
Mas basta dar uma olhadinha de leve na imprensa estrangeira e vamos descobrir vários elogios ao ex-presidente Lula e a Dilma Rousseff. Cada vez mais o Brasil é o país para onde se convergem os grandes investimentos mundiais. Seja pelo nosso mercado interno, pelo etanol, pelo Pré-Sal.
E nós, a peãozada, sabemos que o País está indo bem. Já nos acostumamos a sentir o gostinho de mais grana no bolso, resultado de políticas públicas que conseguem, pela primeira vez em 500 anos, distribuir um pouquinho melhor a nossa renda. Com a valorização do salario mínimo, que no ano que vem chega a R$ 616,00 e superará, fácil fácil, os US$ 385.
Outra entrelinha que merece nossa atenção foi a recente decisão do Comitê de Política Econômica do Banco Central, o Copom, em reduzir a taxa de juros brasileira de 12,5% par 12%.
Os banqueiros e financeiras que especulavam com juros mais altos ainda, espernearam a doidado. Não o fizeram, contudo, através de matéria paga nos meios de comunicação, se identificando. Não, nada disso. Como de hábito estimularam seus porta-vozes a dar declarações bombásticas contra a decisão do Banco Central. Tentam se passar por “opinião pública” e vendem seu peixe.
E nós, a peãozada, o cidadão que trabalha e vota, que cuida da própria vidinha com enormes dificuldades, sabemos que baixar juros foi uma decisão de independência e de coragem do Banco Central.
A continha de chegar é fácil de fazer. Com juros mais baixos, quem está acostumado a especular vai ter que investir na produção. Que gera mais empregos, mais riquezas, mais transferência de renda através dos salários.
A consequência é mais dinheiro circulando no nosso mercado interno e o Brasil ficará mais preparado para enfrentar a crise mundial, que volta a ter uma recaída brava.
Por isso, ao ler os jornais, ouvir programas de rádio ou assistir o noticiário na TV fique atendo às entrelinhas. Avalie a quem interessa as críticas. E apesar de respeitar as opiniões que nos são repassadas, aproveite para formar você mesmo a sua própria opinião.
Pois no final do mês, é sua decisão que vai determinar como suas contas continuarão a ser pagas.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Reformas em casa e na cidade

A rotina doméstica é cheia de reparos. Uma torneira que pinga, desperdiçando água requer nossa atenção imediata. Uma telha ou um vazamento na laje também. Um interruptor que parou de acender, uma lâmpada queimada, o forno do fogão que não esquenta mais ou o guarda-roupa todo bambo, precisando urgentemente ser ajustado ou trocado.
Ou seja, em casa as tarefas nos são impostas pelos defeitos que a gente identifica e corremos para corrigir por conta própria ou buscando ajuda de quem sabe.
Mas basta atravessar a porta de casa a caminho do posto de saúde que parece que nossa capacidade de reparar os erros do mundo se evapora. Chegamos no posto de saúde meio ressabiados. A gente sabe da fama que o lugar não funciona direito, sempre falta médico ou medicamento, de acordo com o que ouvimos dos nossos vizinhos.
Mas hoje, com esta gripe brava consumindo nossas energias, precisamos apenas de uma atenção rápida do médico, uma receita e quem sabe, se essa febre insistir, um atestado para mostrar na empresa e provar que não estamos bem mesmo.
Chegamos ao posto e a fila é imensa. E logo descobrimos que não tem médico nem remédio. Ou esperamos aparecer algum profissional ou desistimos e vamos trabalhar. Mas o corpo quer repouso.
O que fazer?
Nestas horas a gente se esquece completamente que o bom funcionamento do posto de saúde depende do nosso empenho. É hora, mesmo doente, de pegar o nome do responsável técnico pelo posto. E tentar descobrir se é ou não um apadrinhado político.
Mesmo exaustos pela gripe, vamos voltar para casa ligar para a empresa e explicar a situação para nossa chefia. E, na sequência, vamos descansar um pouco e depois fazer uma série de telefonemas.
Vamos ligar para os vereadores da situação e da oposição e relatar o que passamos. Vamos mandar uma cartinha de umas dez linhas para o prefeito. Vamos escrever, também, um e-mail para o jornal da cidade ou do bairro relatando que o posto precisa de atenção da municipalidade, com urgência.
Aí, alguém te diz que não adianta nada tentar consertar a cidade. Adianta sim. É através destes gestos e atitudes que a gente melhora nossa cidade. Evitando ser chato mas deixando claro que vamos agir sempre quando encontrarmos uma torneira pingando ou um posto de saúde fora dos eixos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Dilma, como Lula, aposta no mercado interno para barrar crise financeira

O governo da presidente Dilma Rousseff ampliou o leque de medidas para proteger nossa economia de eventuais consequências da crise financeira internacional que ressurge com um vigor com os problemas econômicos não solucionados e crescentes que afetam Estados Unidos e Europa.
Segundo noticiou a Folha, na semana passada, “para evitar efeitos da crise, bancos públicos terão subsídios da União para aumentar os financiamentos de baixa renda e o Tesouro Nacional dará dinheiro às instituições para baixar juros de empréstimos dos atuais 60% para 8% ao ano.”
O objetivo é se antecipar à queda no crescimento econômico nos próximos anos. E para fazer frente aos efeitos da crise o governo já incluiu no Orçamento uma linha de crédito de R$ 850 milhões para subsidiar crédito para a baixa renda até 2013.
Os bancos do Brasil (BB), da Amazônia (Basa), do Nordeste (BNB) e a Caixa Econômica Federal terão metas para concessão dos financiamentos, de até R$ 15 mil..
Até dezembro, eles terão que liberar R$ 654 milhões nessa linha, alcançar R$ 1,73 bilhão no ano que vem e R$ 2,99 bilhões, em 2013.
O foco são trabalhadores formais e informais e micro empreendedores que faturam até R$ 120 mil ao ano.
Nesta semana, o governo adotou medidas radicais para aumentar sua reserva de caixa, que os economistas chamam de superávit primário, para reduzir a necessidade de financiamento da dívida pública brasileira, com captação de dinheiro a juros estrondosos e teremos, pela primeira vez, a possibilidade de reduzir os juros, mesmo que gradativamente. O que sinalizará para a retomada dos investimentos produtivos, com reflexos positivos nas campanhas salariais que já se iniciaram.
Com a iniciativa, o governo mobilizará o setor privado para a retomada dos investimentos, com transferência de renda via salários e o consequente reaquecimento da nossa economia. Tudo isso, ajudará a criar uma barreira à atual crise financeira mundial.
Por todas estas medidas é que a presidente Dilma foi considerada pela revista “Forbes” como a terceira mulher mais poderosa do mundo. A primeira colocada é Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha e Hilary Clinton, secretária de Estado americana.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

A epidemia da indiferença

Tem se tornado lugar comum no noticiário a ação de um bando de meninas pobres, que invadem lojas, furtam bijuterias, batons e cosméticos e saem em correria pelas calçadas de bairros de classe média de São Paulo.
A polícia é acionada e leva as meninas para a delegacia. As mães são convocadas. Chegam os canais de televisão. E o circo está montado. Ali, diante das câmeras se estabelecem as motivações que teriam levado as meninas ao crime. E suas mães, devidamente expostas, são julgadas e condenadas sumariamente como responsáveis pela ação das filhas.
Fim do noticiário e todos, aparentemente, satisfeitos por terem visto as meninas serem apreendidas e condenado suas mães, apresentadas como irresponsáveis, voltam as atenções para o próximo capítulo da novela. E a vida continua. Até, claro, que outro incidente venha a acontecer.
Porque as meninas são vítimas e não criminosas. São crianças abandonadas, filhas de mães que foram social e economicamente deixadas à própria sorte. E por mais cinismo que o noticiário sensacionalista tente nos induzir, lá no fundo de nossas almas cidadãs a gente sabe que tem alguma responsabilidade neste abandono sistemático e continuado dessas crianças.
Somos, no mínimo cúmplices, por contribuir com nosso aplauso silencioso com a epidemia de indiferença social que compromete os destinos de nossos meninos e meninas. Mesmo que concluamos que não temos nada a ver com essa situação, pois os meninos e meninas mostrados na televisão não são nossos filhos ou sobrinhos.
Se somos tão indiferentes com a sorte de crianças e suas mães pobres e abandonadas, o que dizer dos problemas que afetam os moradores de cortiço, o martírio dos sem teto que moram nas ruas, faça frio ou faça sol?
Ainda bem que a cura para a indiferença social está em nós mesmos. De tanto contarem com nossa cumplicidade na condenação das mães e suas filhas abandonadas, de tanto terem a certeza que apoiamos o abandono que o Estado condena seus jovens infratores, vamos, acredito, acordar para a realidade e ver que a epidemia da indiferença é um mal social a ser evitado.
Precisamos acordar para a solidariedade cidadã. E antes de nos deliciarmos com o espetáculo macabro de mães e filhas pobres e abandonadas sendo expostas ao escárnio público, vamos exigir dos prefeitos e vereadores de nossas cidades uma atitude a favor dos cidadãos que tiveram a infelicidade de perder tudo: emprego, renda, casas e dignidade.
Quem sabe chegará um dia em que nós, cidadãos e trabalhadores, não aceitaremos mais ser cúmplices dos macabros espetáculos de tevê. Vamos nos vacinar contra a epidemia da indiferença e exigir que os agentes do Estado sejam mais atuantes. Pois, afinal, é para isso que recolhemos nossos impostos e os escolhemos para nos representar.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

As batalhas de todos os dias

Nesta semana o noticiário traz a perseguição, que se espera ser final, ao ditador Kadafi que está no poder há 42 anos e nos lembra, também, os 10 anos do ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova Iorque.
Se a gente buscar nas demais páginas de jornais ou ficar mais atendo aos noticiários poderia fazer uma lista de conflitos mundiais que não caberiam aqui neste espaço.
Aparentemente, não temos nada a ver com as guerras dos outros. Afinal, nem sequer estamos em guerra. Aqui não é nem Síria, também, em conflito. Nem Somália, que sofre uma fome devastadora, resultante de uma guerra civil insana.
Será verdade?
Todos os dias pelo menos 140 brasileiros morrem esmagados pelas ferragens de um veículo. Temos um dos trânsitos mais mortais do mundo. Perdemos 50 mil cidadãos brasileiros por ano. Muitos deles nossos parentes, amigos, vizinhos.
Aqui, ainda morrem 20 crianças por mil nascidas vivas, uma taxa bem inferior às 120 crianças mortas por mil nascidas vivas em 1970, mas ainda uma das mais altas taxas de mortalidade infantil do mundo.
Em Belém, no Pará, uma mulher, grávida, de 27 anos perdeu os filhos gêmeos depois que dois hospitais disseram não ter vagas para atendê-la durante o trabalho de parto.
Ou seja, estamos sim, em guerra aqui neste nosso país tropical abençoado por Deus.
A responsabilidade por estas batalhas cotidianas, que nos ceifam vidas e pedaços do nosso futuro não podemos atribuir a ditadores. Já mandamos os militares de volta para o quartel desde 1985. Não, a culpa não é dos militares desta vez.
Mas que existem muitos homens e mulheres nas funções públicas agindo de maneira assustadoramente irresponsável, ah!, isso tem.
Porque todos percebem que algo tem que ser feito para melhorar a educação do trânsito para reduzir a carnificina assassina e gera um prejuízo de R$ 5,3 bilhões por ano, apenas com os acidentes que ocorrem nas áreas urbanas do País, segundo levantamento do Ipea. A entidade calculou, ainda, que cada acidente de trânsito sem vítimas gera um customédio de R$3.262, um acidente com ferido apresenta um custo médio de R$17.460 e um acidente com morte, R$144.143.
Um custo que incide, em grande parte, nas contas do Sistema Único de Saúde (SUS), e no desamparo com que as vítimas deixam seus familiares.
Estamos, portanto, também em guerra permanente.
Mas quando nossos dirigentes, eleitos democraticamente, respeitarem nossa vontade de viver, com certeza vão enfrentar essa guerra do trânsito com eficiência. E vão se sensibilizar e acelerar o combate à miséria, como é promessa da presidente Dilma, e investir com seriedade nos hospitais para não deixar mães perderem seus filhos sem terem, sequer, a oportunidade de um parto.
Cicero Firmino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Mínimo goleia cesta básica; agora é hora de ampliar o placar também nos valores dos nossos salários

Reportagem do Diário do Grande ABC registrou que “Há dez anos, o morador da região que recebia apenas um salário-mínimo sequer conseguia comprar os produtos da cesta básica regional, composta por 34 itens. Na época, o piso nacional somava R$ 151, e comprar os produtos de primeira necessidade, portanto, era um grande sacrifício, já que era necessário despender R$ 152,34”.
Passados dez anos, sendo que oito anos do governo do presidente Lula, o salario mínimo deu uma goleada na cesta básica.
Agora, registra o mesmo DGABC, o consumidor de baixa renda pode mais, com os R$ 545 mensais que ganha: além de comprar a cesta nas sete cidades, orçada na última quinta-feira em R$ 363,31 em média, ainda sobram R$ 181,69 no bolso do consumidor.
Nossa categoria acompanha de perto a evolução do salário mínimo mas a gente quer mais, muito mais. Principalmente para os salários e pisos salariais de nossa base em Santo André e Mauá. Queremos também aumento real em nossos salários, que se somarão à Participação nos Lucros e Resultados.
O dinheiro que chega em nossos bolsos, através dos nossos salários, é que permite ampliar a distribuição de renda no Brasil. E como a gente gasta todo o salário do mês em consumo, tivemos participação importantíssima para estancar a sangria desatada da grande crise financeira mundial, que se abateu sobre o mundo inteiro e no Brasil em 2008.
Agora, outra crise mundial preocupa todo mundo. E tem servido, mais uma vez, para as manipulações patronais. Muitos patrões e empresários jogam contra o patrimônio nacional e querem embolsar lucros e deixar que o resto da sociedade e os governos se virem com a crise.
Nós, metalúrgicos, sabemos que a mobilização e muita troca de ideias, dentro e fora da fábrica e do sindicato ajuda a mudar o jogo. Por isso, vamos nos mobilizar para negociar salários decentes, com reajustes reais, na campanha salarial que está em progresso.
Vamos dar uma goleada na concentração de renda no Brasil. Vamos, todos juntos, reforçar com nossos salários o mercado interno do Grande ABC e do Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Agir sob pressão

Estamos a um ano e um mês das próximas eleições municipais. Daqui a pouco começaremos a ouvir as promessas de campanha no lugar de ações e atitudes concretas a favor de nossas cidades, bairros, ruas e vilas. Apesar de a gente saber que quase tudo falta ser feito.
As ruas serão deixadas para serem maquiadas na reta final. As escolas vão levar uma demão de tinta. Os professores e seus pais vão receber promessas de melhorias pra o próximo ano, entenda-se, para o próximo mandato.
É essa, infelizmente, a maneira com que nosso sistema eleitoral e democrático funciona. Os nossos mandatários sabem o que precisa ser feito, mas preferem as obras faraônicas do que o investimento permanente na qualidade das nossas escolas, hospitais e da segurança pública.
É uma situação que se repete em todas as cidades. E não é um problema restrito aqui ao Grande ABC. Acontece no Brasil todo. Nos falta, infelizmente, as administrações públicas pró-ativas. Que atuem a favor do bem-estar do cidadão. Que invistam na qualidade de vida atual e futura dos nossos jovens.
Falta, acreditamos, lideranças políticas que assumam suas responsabilidades cívicas como uma obrigação. Sem ser preciso serem pressionados pela opinião pública, sem deixarem para maquiar as administrações apenas nas proximidades das eleições, pois desta maneira é uma manipulação que não nos engana mais.
O que os atuais gestores municipais estão nos dizendo com esse corpo mole permanente, nos três anos que se seguem às eleições, e deixar para agir só na reta final é que nós, como cidadãos, também somos uns molengas e não cobramos nossos direitos.
Ninguém consegue imaginar um time de futebol deixando para investir no campeonato apenas nas finais. Nenhum pai e mãe quer que o filho estude e aprenda apenas no último ano escolar. Ninguém quer ter acesso à Justiça depois que passar dois ou três anos na cadeia.
Mas deixamos a situação correr bamba para os prefeitos e vereadores de nossas cidades. Os colocamos para administrar a cidade e depois damos carta branca. Não participamos das reuniões nas Câmaras Municipais. Acreditamos em tudo que eles nos falam. E fingimos que exercitamos a democracia, enquanto eles fingem que administram nossas cidades.
Está na hora de a gente acordar. E ficar acordado todos os dias. Acompanhar de perto o que esse pessoal faz em nosso nome. E reclamar de tudo. Do buraco nas nossas ruas, da falta de iluminação, da insegurança, do médico que não aparece e do remédio que falta.
Vamos fazer a nossa parte pela administração das nossas cidades. Porque esse pessoal que hoje ocupa os cargos administrativos só age sob pressão.
Cicero Firmino. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

O nosso lado da crise

Foi publicado no site da BBC Brasil a seguinte notícia: “As dez maiores empresas gestoras de investimento do mundo administravam, ao final do ano passado, um total de US$ 17,4 trilhões, montante 20% superior ao PIB dos Estados Unidos, maior economia do mundo, e equivalente a 8,3 vezes o PIB brasileiro”.
E é esse mesmo pessoal, os donos do mundo, que desde 2008 se envolvem numa crise continuada. O que este pessoal não conhece, ainda, é a famosa Lei de Garrincha.
Como a maioria dos boleiros sabe, na Copa de 1958, véspera do jogo contra a Rússia, então URSS, a preocupação era Tsarev, temível lateral incumbido de uma missão impossível, segurar Garrincha.
O técnico Feola se esmerava junto ao nosso craque: “quando o Tsarev vier em disparada, passe a bola. Quando o outro beque vier pela direita, drible pela esquerda...”. Na sua simplicidade, Mané Garrincha lança a pergunta demolidora:
– “O senhor já combinou tudo isso com os russos?” Daí surgiu a famosa Lei de Garrincha.
Enquanto a crise financeira não existia, os grandes especuladores mundiais podiam se dar ao luxo de deitar e rolar, mandar e desmandar em governos, especular com commodities e com moedas e transferir uma dinheirama para suas contas numeradas. Eram os Senhores do Universo
Mas chegou a crise. E o jogo agora tem que ser jogado levando em consideração os Estados democráticos, seus cidadãos e a opinião pública.
É hora, portanto, de os especuladores aprenderem a Lei de Garrincha e combinar com os russos, ou seja, nós trabalhadores e cidadãos dos países emergentes como o Brasil.
Porque se não combinarem com os geradores de riqueza, toda a moeda eletrônica deste pessoal corre o risco de virar pó. Pois, só se acumulam riquezas se alguém as criar. É o que, nós trabalhadores, fazemos todos os dias nas fábricas, nos campos, nos escritórios e lojas.
E se não combinarem com a gente, os especuladores vão viver de vazio, como se jogassem bola num campo sem torcida e sem adversário. Por isso, está mais do que na hora de a gente fazer valer o nosso lado da crise. E exigir um Estado mais consciente e menos subserviente aos especuladores.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Governar é dividir responsabilidades

A atual etapa da crise financeira mundial surgiu de um impasse entre os dois partidos majoritários nos Estados Unidos, os Democratas, do presidente Obama, e os Republicanos, que atualmente fazem oposição. Na discussão em torno do aumento do teto da dívida norte-americana, os dois partidos se de­gladiaram até o último minuto do tempo previsto para se confirmar a ampliação do teto da dívida e garantir, assim, a possibilidade de os Estados Unidos conti­nuarem a pagar seus compromissos.O resultado foi o rebaixamento da clas­sificação dos país que foi considerado como um potencial risco para as fi­nan­ças mundiais. A consequência todos conhecemos. As bolsas do mundo intei­ro despencaram. E uma nova crise mun­dial se instalou. Ameaçando, inclusive, a economia brasileira e nossos empregos.Nesta semana, a presidente Dilma ve­tou o aumento real para os aposentados. Foi o suficiente para a gritaria geral, inclusive a dos dirigentes sindicais. Pois é justo, sim, dar aumento real para resgatar o valor das aposentadorias, conti­nuamente achatadas em nome de uma suposta falência da Previdência Social. Falência para a qual os trabalhadores nun­ca contribuíram, mas que tiveram o voto direto de muitos dos atuais deputados federais e senadores, que apoiaram Fernando Henrique Cardoso na implantação do Fator Previdenciário.Quando afirmamos que a Previ­dência está supostamente falida é por­que nos lembramos que em 27 de julho, o próprio ministro Garibaldi Alves, da Previdência, anunciou que o órgão es­pera fechar 2011 com o menor déficit dos últimos anos, porque a arrecadação está aumentando mais que as despesas. Só nos seis primeiros meses, a receita foi 9,3% maior que no 1º semestre de 2010. Ou seja, não engolimos mais o argumento da falência da Previdência para justificar, inclusive, o veto da pre­sidente Dilma.Mas na hora da discussão responsá­vel, em vez de se compartilhar a responsabilidade entre Congresso e Executivo, o que acompanhamos, infelizmente, é parte do Congresso apoiando, entre as­pas, o reajuste real das aposentadorias pa­ra pressionar o Executivo a vetar e se desgastar.E, após o desgaste, ser obrigado a voltar a negociar com esta banda impatriótica do Congresso o voto numa nova solução. Tentam, ainda, usar a opinião pública e os trabalhadores e aposentados como massa de manobra, para saírem de santinhos dessa ópera dos malandros.Por isso, nosso alerta. Somos a favor do reajuste real das aposentadorias. É fator essencial de distribuição de renda e de respeito aos acordos que os traba­lhadores firmaram e cumpriram ao lon­go de mais de três décadas.Mas deixamos claro que a responsa­bilidade tem que ser compartilhada entre Poder Executivo e Congresso. Senão, corremos o risco de transformar as apo­sentadorias em ponto de apoio para se realizar as nefastas manobras entre os dois poderes. Correndo o risco de se criar uma enorme crise que continuará a afetar os aposentados e pensionistas.Exigimos responsabilidade e patriotismo do Congresso Nacional e do Po­der Executivo. Chega de usar nossas ne­cessidades como apoio às manobras vergonhosas. Políticos brasileiros que, a exemplo de seus colegas norte-americanos, não medem consequências e po­ dem, inclusive, nos empurrar para uma crise na Previdência. Uma crise absolutamente evitável com bom senso, patriotismo e responsabilidade compartilhada.
Cícero Martinha,presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá