quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Oportunidades iguais para mulheres

Saiu no jornal “Folha de S. Paulo” dessa segunda-feira, dia 19, uma reportagem baseada em um relatório do Banco Mundial que prova que “se homens e mulheres tivessem oportunidades iguais para obter um emprego, a produtividade no mercado de trabalho em nível mundial poderia ter um crescimento entre 3% e 25%”.
Na América Latina, o aumento da produtividade poderia chegar a 16%, segundo constatou Ana Revenga, uma das autoras do estudo do Banco Mundial. As mulheres enfrentam barreiras quase que intransponíveis no mercado de trabalho, mesmo quando têm mais escolaridade que os homens.
O fato de terem que cuidar da casa e dos filhos as tornam reféns de empregos de baixa remuneração e, muitas vezes, baixa qualificação. O que, em termos econômicos e sociais, constatou o estudo do Banco Mundial, gera um prejuízo para a sociedade como um todo e para os empresários que deixam escapar uma força de trabalho tremendamente produtiva.
Quem sabe com este alerta, os empresários aqui da região não começam a dar mais atenção às políticas de seleção de pessoal de suas empresas. Nós que vivemos perto da produção, percebemos que quando as mulheres são integradas ao ambiente fabril, seja no Chão de Fábrica ou nos níveis gerenciais, que o ambiente produtivo melhora.
As nossas companheiras agregam mais dedicação e comprometimento à equipe. E como costumamos dizer, mulher não brinca em serviço. O que ajuda as equipes que tenham mulheres a ter uma dose extra de foco e competitividade.
Porque as mulheres, descobrimos na prática, são multifuncionais. E depois de estarem devidamente integradas às funções raramente esperam ordens para fazer o que consideram sua obrigação. E, na maioria das vezes, estão um passo a frente da burocracia das empresas, sempre ajustando, protegendo, melhorando a maneira de se executar uma tarefa.
Segundo o Banco Mundial, o que reforçaria a produtividade das trabalhadoras seriam os anos a mais de formação escolar. O que lhes permite um entendimento mais rápido do contexto funcional e tê-las na equipe ajudaria a azeitar os procedimentos produtivos.
Quem sabe, diante desta evidência, os empresários e indústrias aqui da região adotem, de verdade, oportunidades iguais para homens e mulheres. É do interesse de suas empresas aumentar a produtividade. É do interesse da família trabalhadora que o mercado de trabalho trate igualmente o pai e a mãe, o filho ou a filha, quando o assunto é gerar oportunidades para se buscar oportunidades de emprego e, consequentemente, renda para a família.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá