sexta-feira, 23 de abril de 2010

Volta do lucro nas empresas permite buscar uma PLR mais substancial

Segundo reportagem publicada pelo insuspeito
jornal “O Estado de S. Paulo”, na segunda-feira,
dia 19, a crise já é passado para a maioria das companhias
brasileiras com ações negociadas em bolsa.
Le vantamento da Fundação de De senvolvimento
Administrativo (Fundap) aponta recuperação significativa
da margem de lucro das empresas.
A Fundap é vinculada à Secretaria de Gestão
Pública do governo do Estado de São Paulo, e
avaliou os resultados de 222 empresas de capital
aberto: 139 da indústria, 13 do comércio e 70 de
serviços. Na média, a margem de lucro das empresas
(relação entre lucro líquido e receita líquida)
subiu de 5,6% no quarto trimestre de 2008 para
10,8% no último trimestre do ano passado.
Ou seja, já está sobrando lucro em caixa, que
teve a participação direta dos trabalhadores na
garantia da produtividade, mesmo com um número
menor de profissionais, já que as demissões no setor
industrial, com a desculpa da crise financeira
mundial, foram brutais entre 2008 e 2009.
Os trabalhadores e as categorias mais bem organizadas,
como é o caso dos companheiros e compa -
nheiras vinculados ao Sindicato dos Metalúrgicos
de Santo André e Mauá, sabem exatamente a parte
que lhes cabe na lucratividade acumulada pelas
empresas daqui da região.
Por isso, estamos atentos e mobilizando todo
mundo para participar da nossa campanha de
Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os
patrões, como sempre, estão preocupados apenas
em ampliar sua margem de lucro. Alguns apostando
no aumento de repasse de preços para o consumidor
final, mesmo a custo da retomada da inflação.
Pretendem usar salários repassados aos traba -
lhadores com a velha desculpa da pressão inflacionária.
Vamos, portanto, mobilizar para a discussão da
PLR e sem aceitar as desculpas esfarrapadas de que
a lucratividade ainda estaria nos níveis da época da
crise financeira. Temos dados que foram pesquisados
e publicados pela Fundap que garantem que o
lucro voltou. E vamos buscar parte do ganho através
da PLR-2010.
Ao mesmo tempo, vamos nos mobilizar para
denunciar as empresas do nosso setor que, covardemente,
tentarem repassar aumentos exagerados para
os consumidores finais. Pois, apostar na inflação
para aumentar a lucratividade é um ato impatriótico
que não aceitaremos e não deixaremos passar. Da
mesma maneira que denunciamos a covardia de
vários setores que se omitiram e demitiram na crise
global.

40 horas semanais é mais empregos e muito mais crescimento econômico

A campanha pelas 40 horas semanais, sem
redução dos salários, enfrenta as resistências de um
patronato que, infelizmente, perdeu a noção dos
próprios inte resses estratégicos. São maus patrões
que montaram suas empresas à sombra de um mercado
interno fra gilizado, com pouca participação dos
trabalhadores no consumo.
São empresários que se viciaram em empurrar
mercadorias e a transferir suas rendas para fora do
País, e que perderam o pé da realidade de um novo
Brasil que conta, hoje, com mais de 30 milhões de
novos consu midores e com uma perspectiva de transformar
cada um dos seus cidadãos em consumidores.
Pois bem, quando mapeamos os setores contra a
redução da jornada para 40 horas, sem redução dos
salários, lá estão esses maus empresários.
Basta um pouco de bom senso e a capacidade de
antecipar o que vai acontecer com a economia
brasileira para fazer as contas certas e descobrir que
a redução da jornada vai gerar mais 2 milhões de
novas vagas. Ou seja, um reforço adicional ao mercado
consumidor, com mais famílias consumindo, com
mais dinheiro circulando e com a perspectiva de
lucros para as empresas, mesmo as que são pessimamente
admi nistradas por esses empresários do atraso.
Além do reforço no mercado interno, a redução da
jornada ajudará a família a ter mais tempo com seus
fi lhos e filhas, a acompanhar sua educação, a evitar
que as crianças fiquem jogadas e abandonadas nas
ruas. Gerando um ganho enorme na formação e qua -
lificação dos jovens, que serão os trabalhadores e traba
lhadoras do amanhã, e uma rápida redução nos
níveis de violência.
Porque nossos filhos não ficarão mais expostos aos
apelos dos criminosos, enquanto nós continuamos presos
dentro das fábricas, dos escritórios e das conduções.
Teremos, também, o ganho de qualidade de
vida social. Com muito mais interação entre os
cidadãos nos seus bairros, nos seus clubes, nos seus
sindicatos. Ajudando a construir um novo Brasil, mais
rico e mais civilizado. São estes aspectos que estão em
jogo quando insistimos na redução da jornada para 40
horas, sem redução de salários. Os patrões antenados
com o futuro e com o interesse no crescimento das
próprias empresas já entenderam. Mas ainda temos
muito patrão atrasado atrapalhando o processo histórico.
Mas, nós, trabalhadores e cidadãos unidos, os
venceremos.