quarta-feira, 30 de março de 2011

Espalhar o crescimento do Brasil para o Mercosul

Espalhar o crescimento do Brasil para o Mercosul
O Mercosul completou 20 anos no dia 26 de Março. Nestas duas décadas, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil saltou de US$ 386,2 bilhões em 1991, para US$ 2,07 trilhões no passado. A inflação, que chegou a bater 1.476% no final de 1990, hoje está na casa dos 6%.
O comércio exterior deu um salto: as exportação cresceram 542,7%, saindo de US$ 31,6 bilhões em 1991 para US$ 201 bilhões em 2010 - com alta de 88% no superávit comercial.
Enquanto isso, O PIB da Argentina, que é a segunda maior economia do bloco, por exemplo, cresceu 52% desde 1991. Já Paraguai e Uruguai tiveram, respectivamente, expansão de 26% e 20%. Somados, os PIBs dos três representam apenas 17% do brasileiro.
Ou seja, existe uma desigualdade econômica, com reflexos sociais preocupantes, entre os parceiros do Mercosul.
Os erros são frutos de decisões politicas e econômicas desastrosas, como o congelamento da dívida externa, a equiparação do dólar com a moeda local, a falta de investimento na modernização do parque industrial. Erros também cometidos pelo Brasil que só recentemente, com o governo do presidente Lula, apostou de verdade na maior distribuição de renda e na inclusão econômica de brasileiros que eram mantidos à margem do consumo de bens, de comida e de serviços.
Os especialistas neste tipo de assunto apontam que o que atrapalha o crescimento conjunto do Mercosul é a estruturação jurídica do bloco, que institui um sistema de união aduaneira, que impede que o Brasil negocie acordos comerciais diretamente com os países do Mercosul, isoladamente. Tudo tem que ser em bloco.
Em vez de uma área de livre comércio - como o Nafta, por exemplo. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, Nafta, integra as economias do Estados Unidos, Canadá e México, conforme não existissem as fronteiras.
A esperança é que as avaliações que ocorrem nestas datas comemorativas ajudem os respectivos governos dos países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) a buscar uma integração de fato e criar condições para um crescimento econômico com mais harmonia, que é a garantia de paz e prosperidade na América do Sul, uma região rica em recursos naturais mas ainda com a grande maioria do seu povo vítima da pobreza.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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