sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cuidado, querem te culpar pela inflação

Se você é de uma família trabalhadora que está acostumada a ganhar e a gastar junto, deve se cuidar com os economistas de plantão que estão querendo culpar você e sua família pela inflação.
Antigamente, quando a gente só podia gastar da mão pra boca e torrava todo o nosso salário em comida, primeiro porque era pouco e segundo porque nem todo mundo da família tinha emprego e podia contribuir com a renda, ninguém se preocupava com o que gastávamos.
Agora, inventaram uma tal de inflação de serviços e estão dizendo por aí que os novos consumidores (isso, mesmo, a gente) estão gastando mais em serviços do que que em produtos. E que essa nossa nova mania seria a responsável por “pressionar a inflação”.
Segundo o Data Popular, em reportagem publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, “de cada R$ 100 desembolsados hoje, R$ 65,20 são com serviços e R$ 34,80 com produtos. Há 9 anos, as proporções entre gastos com serviços e bens de consumo estavam equilibradas. Eram de
49,5% e 50,5%, respectivamente.”
Por isso, os economistas de plantão, sempre dispostos a emprestar seus nomes para as manipulações contra os interesses dos mais pobres estão divulgando que os nossos hábitos de consumo “dificultam a tarefa do Banco Central de trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%. É que os serviços não podem ser importados para conter a alta de preços.
Além disso, seus preços são influenciados pelo salário mínimo, que tem reajuste programado de 14% para o ano que vem.”
Ou seja, enquanto a gente gastava pouco, porque ganhava muito pouco, e a inflação era altíssima, não se publicavam análises que atribuía aos mais pobres a responsabilidade pela inflação.
Agora, ganhamos o suficiente para consumir o pão nosso de cada dia e ainda sobra para o celular, o cabeleireiro, o cinema. Aí não pode, pois estaríamos ajudando a aumentar a inflação se apressam a nos dizer os analistas financeiros.
Quando, a própria presidente Dilma Rousseff disse que o ideal para manter nosso mercado interno aquecido é continuarmos a consumir com responsabilidade, endividar pouco e ajudar a economia brasileira se manter aquecida e geradora de empregos.
E é isso que vamos continuar a fazer, sem dar ouvidos aos analistas de plantão, sempre a serviço das elites e que não entendem mesmo que o Brasil mudou e que agora os trabalhadores e suas famílias, a famosa nova classe média, participam com orgulho do mercado interno brasileiro.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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