segunda-feira, 2 de maio de 2011

Risco de inflação é novo desafio

Risco de inflação é novo desafio
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
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No dia da festa do trabalhador, representantes de sindicatos da região consideram que há motivos de comemoração, devido a avanços obtidos nos últimos anos, embora haja novos desafios - como o temor de volta da inflação.
Entre as conquistas, os sindicalistas citam o crescimento do nível do emprego, os reajustes reais do salário-mínimo e a colaboração no debate para a superação da crise global, por exemplo. Os dois primeiros temas eram as principais palavras de ordem no início da década de 2000.
Para o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, sempre é possível avançar. Ele ressalta que, ao longo do tempo, as entidades sindicais têm procurado ir além de discutir apenas os reajustes salariais de suas categorias. "Reflexo disso foi a busca de alternativas para a crise, em que todos se mobilizaram", afirma.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino Martinha, cita as iniciativas das entidades sindicais da região, organizando encontros com o governo e com o setor empresarial, o que foi importante para a implantação de medidas anticrise.
Martinha acrescenta que a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) na década de 1990 era tabu, e hoje já é realidade. "Temos agora o trabalho de manter as conquistas e conter a inflação", observa.
Terezinho Martins, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Artefatos de Borracha, cita que a categoria conseguiu ganhos reais de salários nos últimos anos, mas relembra as dificuldades logo após as turbulências no crédito global em 2008: "Houve momentos em que lutamos para não perder benefícios durante a crise".
Os sindicalistas ressaltam que muitos dos avanços hoje passam por aprovações de leis no Congresso. Uma das lutas das entidades, que também está presente desde o início da década, exige mudança na legislação: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Martins cita que, nesse caso, já existem acordos coletivos em sua categoria com diversas empresas da região.
MISSA - Além dos shows, outro evento tradicional no 1º de maio na região é a missa na Igreja da Matriz, em São Bernardo. O local, que já serviu na década de 1970 de refúgio para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (na época sindicalista), durante perseguição da polícia da ditadura contra as greves de operários, recebia Lula todo o ano nessa data até 2003, primeiro ano de seu governo. A missa, no entanto, tem perdido nos últimos anos a conotação política.

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