sexta-feira, 25 de novembro de 2011

40 horas semanais ou 11 horas por dia?

Reportagem divulgada pelo Diário do Grande ABC nos mostra que quase metade dos brasileiros trabalha entre nove e 11 horas por dia. Dos 523 profissionais ouvidos no Brasil, 43% têm essa carga horária. Nos demais 84 países, onde a pesquisa também foi realizada, a média é de 38%.
O Diário ouviu Guilherme Ribeiro, diretor da Regus, empresa que patrocinou a pesquisa, que disse que cada vez mais se dilui o limite entre o que é serviço nos horários de expediente e nos horários que deveriam ser dedicados às folgas.
Além disso, se constata que a distância entre o emprego e a residência é mais um fator de estresse e de gasto de tempo, com o consumo mínimo de uma hora para ir e outra hora para voltar do trabalho.
É por se agravar esse cenário de muitas horas dedicadas ao trabalho que nosso Sindicato, junto com a Força Sindical e demais centrais, está na batalha pelas 40 horas semanais, sem redução de salario e com um controle rígido das horas extras.
Para as empresas o que interessa é a produção sem se preocupar com a qualidade de vida de seus empregados. Mas com as 40 horas semanais vamos obrigar os empresários a buscar maneiras alternativas de manter a produção, através de um planejamento melhor ou com a contratação de mais profissionais.
Porque o excesso de horas trabalhadas gera consequências para a saúde pessoal e para o bem-estar das famílias, sem o retorno financeiro significativo.
Estar junto dos nossos filhos, ter mais tempo para nós mesmos e poder se dedicar à leitura, ao aprendizado e ao convívio familiar é algo que não tem preço.
Com as 40 horas semanais vamos poder flexibilizar também nossos horários de entrada e saída. Pois será bom para as empresas e melhor ainda para desafogar o trânsito, reduzindo as horas que perdidas dentro de ônibus, trens e metrôs.
Nosso papel político e social como trabalhadores é reforçar a campanha pelas 40 horas semanais. Porque se depender dos empresários, vamos trabalhar até 16 horas por dia e, em muitos casos, ainda seremos obrigados a levar tarefas para casa.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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