sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Na base da pirâmide

Antes do governo do ex-presidente Lula, a cada resfriado na economia mundial, nossos governantes tinham o triste hábito de proteger o andar de cima da economia (as elites e os banqueiros) com aumento de juros e restrição severa no crédito.
As consequências nós cidadãos e trabalhadores sentíamos imediatamente na pele. Aumentava o desemprego e nos distanciávamos dos bens que precisávamos. Pois era impossível sustentar prestações altíssimas restritas a prazos de 12 meses, no máximo.
Aí surgiu o governo popular do ex-presidente Lula, que foi seguido por Dilma Rousseff. Pois bem, a cada ameaça real de crise mundial, como está ocorrendo agora na Grécia, Itália e Portugal, o governo brasileiro olha para a base da pirâmide.
Nessa semana, por exemplo, o Banco Central resolveu ampliar o financiamento dos automóveis novos para 60 meses, prazo de financiamento que havia sido interrompido desde o início do ano como medida de esfriamento da nossa economia.
Mas diante da crise lá fora, o melhor a fazer é apostar em nosso mercado interno e em nossa capacidade de consumir conscientemente. Como trabalhadores e cidadãos queremos ter o direito de investir a médio e longo prazo na aquisição de bens.
E já superamos, felizmente, a necessidade urgente das compras de eletrodomésticos. Já temos nossa TV (muitas delas LCD), nossa geladeira, nosso vídeo. E muitos de nós já tem um ganho familiar que nos permite sonhar com o carrinho, com a viagem de avião ou de navio.
Precisamos, sim, de crédito. Principalmente agora que se anuncia no horizonte uma redução civilizada em nossos juros, a ponto de podermos sonhar com uma taxa de juros anual de um dígito, ou seja, menor que dez por cento no próximo ano.
Acerta o governo da presidente Dilma em seguir os passos de Lula e olhar para a base da pirâmide. Temos pouca sobra, porque nossa renda familiar ainda é modesta. Mas somos muitos e temos a alegria de investir todo nosso dinheirinho suado aqui mesmo no Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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