quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Taxa de juros real é a menor em 17 anos

Segundo notícia divulgada ontem pelo jornal “O Estado de São Paulo”, ficamos sabendo que com “a surpreendente decisão de cortar a Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no final de agosto, o BC desencadeou uma nova rodada de queda da taxa real de juros. De uma média de 6,1% em agosto, ela despencou para 4,7% em setembro e 4,5% em outubro.”
Como são feitas as contas: os juros prefixados de 360 dias entre grandes empresas e bancos ficaram em 10,5%. Deduzindo-se a expectativa de inflação do IPCA nos próximos 12 meses, de 5,7%, chega-se aos 4,5%, que é a taxa real de juros.
Com juros reais baixos, as empresas podem investir com mais tranquilidade na produção, principalmente, porque perdem o estímulo em obter ganhos financeiros com a especulação. É uma situação boa para o Brasil e para o nosso mercado interno, pois evita, também a transferência de renda dos bolsos dos consumidores (a maioria trabalhadores) acaba repassando para os cofres dos banqueiros com os juros embutidos nos preços das mercadorias.
Pois o juro alto que o industrial tem que pagar para manter suas fábricas funcionando nos chega embutido nos preços. Que com um mínimo de concorrência obriga as empresas a buscar alternativas para reduzir custos, já que não podem estabelecer os preços que gostariam.
Resultado: adota-se um permanente arrocho na folha salarial, prejudicando os pisos das categorias profissionais e se valendo, lamentavelmente, da rotatividade de mão de obra para contratar novos trabalhadores com salários inferiores aos que conseguimos estabelecer através das negociações coletivas.
Portanto, juros reais baixos interessa tanto aos empresários como aos trabalhadores e ao consumidor final.
É uma decisão patriótica do Comitê de Política Monetária (Copom) estimulado, claro, pelo chefe do Poder Executivo.
Por isso, basta acompanhar o que relata a reportagem do “Estado” e ver quem era o presidente da República na época.
O juro real brasileiro se manteve acima de 10% do início do plano Real até o final de 2003, início e fim do governo FHC. Nesse período, várias vezes a taxa real atingiu níveis estratosféricos, acima de 20% ou mesmo de 30%.
A partir de 2004, quando se inicia o governo Lula, o juro real oscilou bastante, mas com uma tendência geral de queda. A crise global de 2008 e 2009, porém, provocou uma redução mais forte do juro real, com a queda rápida da Selic, e em julho de 2009 chegou-se a um mínimo de 4,8%.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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