sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vida de capitão de navio

Apesar de a Terra ser um Planeta Água, vivemos a maior parte de nossas vidas e de nossas decisões em terra firme, com horizontes bem definidos. E salvo as regiões do planeta submetidas a terremotos, furacões ou enchentes, conseguimos sempre planejar com segurança nossas rotas e nossas vidas.
Não é a mesma coisa que acontece para um capitão de navio que tem que atravessar oceanos com regularidade. Por mais informações que tenha sobre as condições do tempo, nunca saberá direito o exato local das tempestades, o tamanho das ondas, a intensidade dos ventos. Situações que combinadas ou isoladas podem ameaçar seu navio e sua carga ou gerar perigo para seus passageiros.
A responsabilidade é imensa assim como são as incertezas das viagens. E mesmo assim, os navios saem e chegam aos portos de destino com data e hora marcada.
Porque os capitães e as tripulações que os controlam são treinados para se ajustar rapidamente às necessidades que as circunstâncias impõem sem perder o foco no destino traçado.
Ao sonharmos com uma boa universidade para nossos filhos ou uma boa assistência médica na nossa velhice, geralmente, estaremos envolvidos em grandes travessias. Se quisermos adotar para nossa estratégia de vida o que é hábito para um capitão de navio, devemos nos qual é o nosso comprometimento.
E nos organizar para defender nossa rota ao longo da caminhada. Sabemos que uma boa faculdade para nossos filhos depende da qualidade da educação que eles tenham acesso em todos os níveis educacionais, desde a infância até a vida adulta. Como capitão de sua própria vida você está verificando, hoje, a qualidade da educação que seu filho ou filha recebe?]
O mesmo raciocínio vale para sua velhice. Para a gente ter uma aposentadoria que nos garanta um porto seguro, temos que ter primeiro um emprego estável, com um salário minimamente decente e com uma legislação da aposentadoria que funcione a longo prazo.
O que nos obriga a pensar sim nas leis relacionadas com as aposentadorias, a conversar com quem já se aposentou e verificar se os contratos foram cumpridos, se a lei funciona ou se precisa de ajustes. Por exemplo, hoje vivemos sob a ameaça do Fator Previdenciário, que subtrai valor das nossas aposentadorias com o risco real de nos transformar em pedintes para filhos depois de termos entregue mais de 30 anos de nossas vidas a um trabalho duro e continuado.
Portanto, acho que por mais cansados que estejamos depois do expediente ainda deveríamos achar um tempinho para exercitar nossa vida de capitão de navio da própria vida.
E acompanhar o que nossos políticos fazem pela Educação, Saúde, Segurança Pública e nos posicionar a respeito. Senão corremos o risco de não conseguirmos confirmar os nossos sonhos e destinos. E nossos filhos perderem a chance de uma boa universidade e nós vivermos na mendicância social depois de aposentados.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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