segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Plano Brasil Maior ainda não foi discutido com trabalhadores

Saudamos, na esperança de que dê certo e que se concretizem as boas intenções do Plano Brasil Maior, anunciado na terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, sem ter chamado as centrais sindicais para a discussão prévia do plano.
Há mais de seis meses os trabalhadores, através de seus sindicatos e centrais, argumentam com o governo federal que era preciso se adotar iniciativas para proteger a indústria nacional e os nossos empregos.
O Plano Brasil Maior chega com a promessa de desoneração fiscal de R$ 25 bilhões que beneficiará, num primeiro momento, os setores de confecções; calçados e artefatos; móveis e software.
O que os trabalhadores exigem, através de seus sindicatos e centrais, é que se amplie a desoneração para todos os setores da indústria brasileira. E que se estabeleça, também, contrapartidas sociais e trabalhistas para que os setores beneficiados mantenham e expandam os empregos.
Ficamos em alerta máximo, pois que não existem garantias formais de manutenção e ampliação das vagas sequer para os setores que serão imediatamente beneficiados pelo Plano.
Além disso, consideramos a alíquota de 1,5% sobre a folha de pagamento, estabelecida para reduzir os custos trabalhistas, como insuficiente para cobrir o rombo que acarretará na Previdência Social.
Portanto, é necessário que se ouça os trabalhadores, a própria Previdência Social e o Congresso Nacional para que se busque uma alíquota que não signifique transferência de renda para os empresários e que comprometa o caixa da Previdência prejudicando, a médio prazo, as aposentadorias e pensões.
Acompanharemos, de perto, as medidas para os investimentos em infra-estrutura e na melhoria da nossa frota de caminhões, que esperamos gere empregos para as indústrias metalúrgicas, de autopeças e montadoras.
Como não fomos ouvidos, continuaremos mobilizados e insistindo para focar a atenção do governo da presidente Dilma numa política radical de juros baixos. Pois como campeões de juros mundiais, atraímos cada vez mais dólar especulativo que valoriza o Real e, por tabela, afeta a competitividade de nossos produtos e mercadorias na hora da exportação.
Ou seja, o Plano Brasil Maior chegou em boa hora. Mas entrou pela porta errada ao não levar em consideração os pontos de vista dos trabalhadores e das centrais sindicais.
Mesmo assim, avaliamos se tratar de uma atitude bem intencionada do governo Dilma Rousseff e vamos trabalhar para ajustá-lo para o bem do Brasil, dos nossos empregos e da indústria nacional.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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