sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O fracasso dos agourentos

Há menos de dois meses, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou a reduzir os juros e, ao mesmo tempo, o governo da presidente Dilma Rousseff iniciou o processo de aumentar o Imposto dos Produtos Industrializados (IPI) dos carrões importados para 29%, os agourentos de plantão colocaram seus blocos nas entrelinhas dos jornais e nos declarações de seus porta-vozes nos telejornais e rádios: a inflação vai voltar, o desemprego vai voltar, teremos um 2011 perdido para a nossa indústria.
Mas desde quinta feira está sendo divulgada uma análise do Dieese, feita em parceria com a fundação Seade, que mostra que “o comportamento do emprego na indústria surpreendeu em setembro, ao mostrar a maior variação do nível ocupacional entre os cinco setores pesquisados”.
E agora agourentos de plantão?
O que esse pessoal não viu, pois só sabe especular, é que qualquer sinalização de redução de juros, que tenderá a cair gradativamente até atingir um dígito, estimula a concorrência, permite planejar melhor os investimentos e por isso é necessário manter e ampliar a produção.
Os agourentos esquecem que tem gente que aposta de verdade na geração de riquezas através do trabalho árduo e permanente, assimilando inovações e gerando oportunidades tanto para suas empresas como para os trabalhadores que são essenciais para se manter e ampliar o ritmo produtivo.
Só se gera riqueza com o trabalho, com o investimento coordenado de capitais, com a abertura de novos mercados, aqui dentro e lá fora.
Foi por saber disso que nunca demos muito ouvido aos agourentos. Que só se manifestam quando se decide algo a favor da distribuição de renda, da proteção do nosso mercado interno, incluindo nossa mão de obra.
Porque os agourentos perderam há muitas décadas o amor pelo Brasil. São uma elite que se protege com dinheiro fictício, que pode evaporar a qualquer momento de um crise mais aguçada na bolsa. Por isso, são contra avanços que incluam mais brasileiros no mercado de trabalho e que germ, em consequência, mais distribuição de oportunidades e de renda.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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