segunda-feira, 26 de março de 2012

Invasão de autopeças chinesas é ameaça aos nossos empregos

Primeiro, as quinquilharias chinesas nos chegaram há uns 15 anos com as luzinhas chinesas no Natal. Era o início da escalada das importações chinesas, com preços sustentados por mão de obra semi-escrava, com um salário mínimo chinês, recentemente ajustado em 18,6% e que atingiu R$ 302,79.
Os trabalhadores chineses não têm alternativa a não ser aceitarem tal salário mínimo, num país que apesar de investir consistentemente em Educação e Qualificação profissional, mantém os ganhos salariais lá embaixo como estratégia para distribuir mercadorias com baixíssimos preços para o resto do mundo.
Aqui na região do Grande ABC, especialmente em Santo André, tanto empresários como trabalhadores já somos vítimas da invasão chinesa.
Segundo reportagem publicada recentemente na “Folha”, a importação de autopeças da China praticamente triplicou de 2009 a 2011. Saltou de US$ 467 milhões para R$ 1,25 bilhão no período. Em relação a 2010, o crescimento foi de 61,5% e levou a déficit recorde de US$ 1,1 bilhão na balança comercial do setor.
O governo brasileiro tem feito muito pouco para conter a invasão. Apesar de já terem sido acesas as luzes amarelas, quando nos preocupamos com os empregos e, principalmente, com a segurança dos carros que aqui são montados.
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) vai apertar o cerco contra o comércio de autopeças, principalmente as vindas da China.
O órgão, ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, está preocupado com a qualidade das peças usadas tanto na reposição quanto na fabricação de veículos.
Devemos nos mobilizar para uma ação imediata, que deve ir muito além do fator segurança. A invasão das autopeças chinesas ameaça nosso parque industrial e, principalmente, é um ataque direto à empregabilidade no Brasil e, em especial, aqui na nossa região, que investiu ao longo de décadas em indústrias especializadas na produção de autopeças que garantem a segurança dos nossos veículos e os nossos empregos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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