segunda-feira, 26 de março de 2012

O futuro das nossas crianças

Nossos meninos e meninas estão cada vez mais atualizados. Basta alguns minutos com um computador e já entendem de tudo e nos ensinam coisas que nunca imaginávamos ser capazes de aprender.
Mas para que nossos jovens tenham acesso ao computador, nós que batalhamos ainda com velhas ferramentas, que estranhamos os celulares que usamos, temos que ir até a loja, comprar os equipamentos modernosos para que nossos meninos e meninas tenham uma chance mínima para treinar seus novos atributos sociais.
Uma criança sem acesso digital é praticamente analfabeta. Nós, pais, sabemos disso. Daí o nosso esforço que já foi percebido pelas agências de propaganda que nos bombardeiam o dia inteiro com ofertas de computadores, laptops, ipads e outros bichos.
Os políticos oportunistas também já perceberam que esse acesso à tecnologia faz parte de nossas preocupações. E começam a incluir nos seus discursos a escola digitalizada, um computador por aluno. Chegam até mesmo a oferecer tablets.
Uma pena tratarem com tanta irresponsabilidade uma necessidade vital para a construção do futuro de nossas crianças. E o que tememos é a reprodução mais uma vez do fosso que separa os filhos das famílias abastadas, que praticamente nascem com um chip no berço e as nossas crianças que dependem do nosso investimento direto para terem como treinarem suas habilidades com os meios eletrônicos e digitais.
Mas nós temos o que mais interessa à elite: votos digitais em massa. E vamos usar esse nosso acesso digital às urnas para impor nossas vontades. Ao longo desse ano vamos conversar com nossos filhos e pedir ajuda deles nos seus relacionamentos com os facebooks da vida para nos ajudar a identificar os políticos que têm algum comprometimento com a educação digital.
Juntos e em família, faremos a seleção dos que pretendem ocupar cargos públicos e verificaremos quais são seus verdadeiros compromissos digitais.
Pois da mesma maneira que não se conseguia alfabetizar crianças na nossa época sem ter acesso aos cadernos e cadernos de caligrafia, hoje em dia, todos são sabedores, inclusive os políticos e candidatos, que sem uma boa infra-estrutura digital, com acesso a bons computadores e a redes de internet de banda larga, que excluiremos grandes contingentes de jovens das oportunidades no futuro.
Claro, que essa grande maioria de excluídos serão filhos de trabalhadores e do lado mais pobre da população. Mas ainda temos tempo de reagir fazendo valer nossa cidadania digital.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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