quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Consumo dos trabalhadores salvará a nossa economia

De repente, por causa da crise e da superação rápida de uma situação que foi calamitosa economicamente em outros países, principalmente os desenvolvidos, os trabalhadores brasileiros e seu poder de consumo foi percebido pelo mercado.
A revista Época Negócios deste mês, da Editora Globo, resolveu mergulhar na nova realidade para orientar seus leitores, na maioria grandes empresários, a respeito do potencial que existe neste mercado até então deixado, irresponsavelmente, de lado.
A revista chega a ponto de classificar os trabalhadores que consomem como a “nova classe média”. Tudo porque o consumo dos trabalhadores, os metalúrgicos de Santo André e Mauá, entre eles, mais os homens e mulheres que vivem nas periferias e nas comunidades, mais os aposentados e pensionistas atingiu a estrondosa cifra de seiscentos e vinte bilhões de reais no ano passado.
Um consumo exercido religiosamente por mais de 30 milhões de brasileiros que todos os meses saem às compras porque, ao contrário dos patrões, não mandam dinheiro para o Exterior nem investem em artigos de luxo nem desperdiçam com coisas inúteis.
É dinheiro suado, do bom, que é gasto em artigos de limpeza, em material escolar, na reforma da casa, em computadores para os filhos, em novos aparelhos de TV, em viagem com a família. Ou seja, gastos feitos a favor do Brasil. E, quando sobra, gasta-se mais na compra de um terreninho ou na aquisição do primeiro veículo da família.
Nos últimos sete anos, essa camada da população teve um aumento superior a 40% em sua renda familiar, que hoje vai de R$ 1,1 mil a R$ 4,8 mil. “Esse aumento já injetou na economia mais R$ 100 bilhões desde 2002”, diz Haroldo Torres, especializado em pesquisas sobre a base da pirâmide.
Esse aumento na receita familiar vem dos acordos salariais, como o que estamos negociando com os patrões do nosso setor, vem de renda extra de empreendedorismo, pois cada jovem que encontra a porta do emprego fechada vai à luta. Cada mãe de família trabalha horas extras para buscar mais renda para ela e seus filhos.
São estes brasileiros e brasileiras, entregues de corpo e alma à própria Nação, que não escolhem hora para trabalhar e para gerar riqueza, que participam das nossas lutas sindicais, que batalham mais renda para suas famílias que se tornarão a saída para os grandes investidores do Brasil e do mundo. Porque só se gera riqueza com o trabalho. E só se ajuda o Brasil a crescer se reinvestindo aqui o que nós ganhamos, a favor de nossas famílias, do comércio local e das nossas cidades e regiões.

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