sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O poder público e as redes sociais

Se você já aprendeu a usar o Facebook e o Orkut no seu dia a dia, descobrirá que as pessoas postam de tudo. Falam das próprias vidas, dos livros que leram ou que gostariam de ler. Dos filmes que assistiram. Das viagens e festas que frequentaram.
Mas tente achar nos depoimentos de seus vários amigos e conhecidos alguma reclamação direta, com nome e sobrenome de uma má ação ou tratamento não adequado recebido numa repartição pública, num pronto socorro ou numa delegacia de polícia.
Ou mesmo uma crítica à atuação de um vereador, deputado estadual ou federal. Nada ou quase nada. Parece que ao acessarmos as redes sociais (Facebook e Orkut) que travamos nosso lado cidadão. E deixamos expostos apenas nosso lado festeiro e de lazer.
É uma pena. A gente poderia transformar as redes sociais numa excelente ferramenta de aprimoramento da democracia brasileira. E nos tornar os fiscais de nossa comunidade, apontando erros, exigindo soluções, mobilizando os demais cidadãos para causas de interesse imediato em nosso bairro ou cidade.
Recentemente, um pessoal usou o Facebook para criar uma manifestação contra a corrupção na Cinelândia, no centro do Rio.
A manifestação "Todos Juntos contra a Corrupção - Compartilhe Honestidade" foi marcada pela espontaneidade dos participantes. O ato, que foi idealizado a partir das redes sociais e conquistou o apoio de mais de 33 mil usuários no Facebook, conseguiu reunir cerca de 2,5 mil pessoas, de acordo com estimativa da Polícia Militar.
É um tipo de exemplo que podemos seguir aqui mesmo na nossa rua, bairro ou cidade. Buscando solidariedade e apoio em relação a um posto de saúde que não funciona. Denunciando a indiferença de um vereador ou prefeito. E podemos reforçar nossa mobilização através de vídeos que podemos vincular aos nossos posts no Facebook ou no Orkut.
Falta só a gente acrescentar aos tons festivos das redes sociais nossas preocupações legítimas com a administração de nossa cidade. Aí, sim, vamos entrar numa nova etapa em que poderemos pressionar diretamente os políticos que deveriam estar a serviço de nossas vontades cidadãs.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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