quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cidades dormitórios

Temos que nos manter atentos (e esse ano eleitoral vai ajudar muito) com as propostas dos atuais prefeitos e vereadores e dos novos candidatos aos cargos eletivos para a transformação lenta e gradual de nossas cidades no Grande ABC em dormitórios, para onde os trabalhadores chegam apenas para trocar a marmita, dormir um pouco e sair para trabalhar em outras regiões.
O que é que as prefeituras locais têm feito para manter as empresas na região, especialmente as empresas que geram empregos diretos na produção e nos ajudam a gerar riquezas que possam ser reinvestidas na nossa infraestrutura, no saneamento básico, na nossa saúde e educação?
Cada vez mais os ônibus e trens interurbanos estão mais e mais superlotados. Antes era gente de fora que vinha para cá para trabalhar em nossas indústrias. Mas cada vez mais (e basta conversar com as pessoas nas conduções) e vamos descobrir que são pessoas daqui da região saindo em busca do ganha pão em São Paulo, Santos e até mesmo Jundiaí e Campinas.
As administrações municipais da região estão deixando, infelizmente, escapar daqui as melhores indústrias e não têm conseguido, também, atrair novas empresas que poderiam se valer do excelente nível educacional de nossa população, do relacionamento estável que desenvolvemos em nossas comunidades e de nossa comprovada capacidade de gerar riquezas, como já provamos sem deixar dúvidas com a indústria automobilística nacional.
Nos preocupa o descaso e a falta de energia dos administradores que poderiam se empenhar mais para a geração de riquezas aqui na região. Temos uma classe trabalhadora disciplinada e disposta. Falta apenas o empenho das autoridades para que não nos tornemos, com o passar dos anos, numa região-símbolo da decadência industrial.
Vamos, da nossa parte enquanto cidadãos e sindicalistas, continuar a exigir mais ousadia dos nossos administradores, para negociar com empresas e capitalistas locais e internacionais para manter a pujança de nossa região, com a consequente geração de riqueza e de novos empregos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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