quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Reagir ao medo

O medo da nossa vida nas grandes cidades está cada vez mais contagiante. Segundo uma pesquisa publicada pela “Folha”, 89% dos paulistanos se sentem inseguros na cidade.
A pesquisa foi encomendada ao Ibope pela Rede Nossa São Paulo e entrevistou 1.512 moradores. O que se constatou foi um alto nível de insatisfação com a qualidade de vida dos que moram na capital paulista.
Os aspectos que causam mais medo nos paulistanos, estão assaltos e roubos, violência e tráfico de drogas. Ou seja, mesmo sem pesquisa podemos afirmar sem medo de errar que o mesmo ocorre aqui na nossa região. Pois estamos, enquanto cidadãos e trabalhadores, literalmente abandonados à própria sorte. Principalmente, para os moradores das periferias, distantes dos centros mais urbanizados e com mais acesso à polícia e ao Poder Público.
Mas é hora de a gente reagir, antes que o pânico tome conta de nossas vidas e nos transforme em prisioneiros dentro de nossas próprias casas, sem termos cometido crime algum.
Enquanto nos resta um pouco de liberdade e podemos, mesmo com medo, circular pelos nossos bairros é hora de nos organizarmos para pressionar o Poder Público.
Como?
As eleições municipais estão chegando. Os candidatos a prefeito e a vereador já estão com o discurso pronto para nos sensibilizar. E vão, claro, prometer a buscar mais segurança para nossas famílias. Estarão, claro, mentindo deslavadamente.
A não ser que a gente perceba o envolvimento dos candidatos com políticas objetivas de segurança pública, que passarão por investimentos de grande porte na iluminação de nossas avenidas nas periferias, com a instalação de câmaras de vigilância, com a criação da polícia de quarteirão e com uma central de polícia que responda, rapidamente, aos nossos apelos.
Enquanto os moradores das periferias, seja de São Paulo ou de cidades daqui do Grande ABC, forem tratados com discriminação e os apelos à polícia serem simplesmente esquecidos, que os crimes continuem impunes e que os representantes do Poder Público só apareçam nas épocas das eleições, vamos continuar com medo. Medo inclusive dos candidatos e de suas campanhas nem sempre vinculadas com nossas necessidades cidadãs.
Cícero Firmino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Nenhum comentário:

Postar um comentário