quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Agir sob pressão

Estamos a um ano e um mês das próximas eleições municipais. Daqui a pouco começaremos a ouvir as promessas de campanha no lugar de ações e atitudes concretas a favor de nossas cidades, bairros, ruas e vilas. Apesar de a gente saber que quase tudo falta ser feito.
As ruas serão deixadas para serem maquiadas na reta final. As escolas vão levar uma demão de tinta. Os professores e seus pais vão receber promessas de melhorias pra o próximo ano, entenda-se, para o próximo mandato.
É essa, infelizmente, a maneira com que nosso sistema eleitoral e democrático funciona. Os nossos mandatários sabem o que precisa ser feito, mas preferem as obras faraônicas do que o investimento permanente na qualidade das nossas escolas, hospitais e da segurança pública.
É uma situação que se repete em todas as cidades. E não é um problema restrito aqui ao Grande ABC. Acontece no Brasil todo. Nos falta, infelizmente, as administrações públicas pró-ativas. Que atuem a favor do bem-estar do cidadão. Que invistam na qualidade de vida atual e futura dos nossos jovens.
Falta, acreditamos, lideranças políticas que assumam suas responsabilidades cívicas como uma obrigação. Sem ser preciso serem pressionados pela opinião pública, sem deixarem para maquiar as administrações apenas nas proximidades das eleições, pois desta maneira é uma manipulação que não nos engana mais.
O que os atuais gestores municipais estão nos dizendo com esse corpo mole permanente, nos três anos que se seguem às eleições, e deixar para agir só na reta final é que nós, como cidadãos, também somos uns molengas e não cobramos nossos direitos.
Ninguém consegue imaginar um time de futebol deixando para investir no campeonato apenas nas finais. Nenhum pai e mãe quer que o filho estude e aprenda apenas no último ano escolar. Ninguém quer ter acesso à Justiça depois que passar dois ou três anos na cadeia.
Mas deixamos a situação correr bamba para os prefeitos e vereadores de nossas cidades. Os colocamos para administrar a cidade e depois damos carta branca. Não participamos das reuniões nas Câmaras Municipais. Acreditamos em tudo que eles nos falam. E fingimos que exercitamos a democracia, enquanto eles fingem que administram nossas cidades.
Está na hora de a gente acordar. E ficar acordado todos os dias. Acompanhar de perto o que esse pessoal faz em nosso nome. E reclamar de tudo. Do buraco nas nossas ruas, da falta de iluminação, da insegurança, do médico que não aparece e do remédio que falta.
Vamos fazer a nossa parte pela administração das nossas cidades. Porque esse pessoal que hoje ocupa os cargos administrativos só age sob pressão.
Cicero Firmino. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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