quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O nosso lado da crise

Foi publicado no site da BBC Brasil a seguinte notícia: “As dez maiores empresas gestoras de investimento do mundo administravam, ao final do ano passado, um total de US$ 17,4 trilhões, montante 20% superior ao PIB dos Estados Unidos, maior economia do mundo, e equivalente a 8,3 vezes o PIB brasileiro”.
E é esse mesmo pessoal, os donos do mundo, que desde 2008 se envolvem numa crise continuada. O que este pessoal não conhece, ainda, é a famosa Lei de Garrincha.
Como a maioria dos boleiros sabe, na Copa de 1958, véspera do jogo contra a Rússia, então URSS, a preocupação era Tsarev, temível lateral incumbido de uma missão impossível, segurar Garrincha.
O técnico Feola se esmerava junto ao nosso craque: “quando o Tsarev vier em disparada, passe a bola. Quando o outro beque vier pela direita, drible pela esquerda...”. Na sua simplicidade, Mané Garrincha lança a pergunta demolidora:
– “O senhor já combinou tudo isso com os russos?” Daí surgiu a famosa Lei de Garrincha.
Enquanto a crise financeira não existia, os grandes especuladores mundiais podiam se dar ao luxo de deitar e rolar, mandar e desmandar em governos, especular com commodities e com moedas e transferir uma dinheirama para suas contas numeradas. Eram os Senhores do Universo
Mas chegou a crise. E o jogo agora tem que ser jogado levando em consideração os Estados democráticos, seus cidadãos e a opinião pública.
É hora, portanto, de os especuladores aprenderem a Lei de Garrincha e combinar com os russos, ou seja, nós trabalhadores e cidadãos dos países emergentes como o Brasil.
Porque se não combinarem com os geradores de riqueza, toda a moeda eletrônica deste pessoal corre o risco de virar pó. Pois, só se acumulam riquezas se alguém as criar. É o que, nós trabalhadores, fazemos todos os dias nas fábricas, nos campos, nos escritórios e lojas.
E se não combinarem com a gente, os especuladores vão viver de vazio, como se jogassem bola num campo sem torcida e sem adversário. Por isso, está mais do que na hora de a gente fazer valer o nosso lado da crise. E exigir um Estado mais consciente e menos subserviente aos especuladores.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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