quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Enem para melhorar a Educação para os pobres

A euforia tomou conta de vários noticiários com o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que saiu dos 501 para 511 pontos. A ponto de técnicos do governo federal alardearem que nos próximos 10 anos (em vez dos 15 anteriormente previstos) que chegaremos aos 600 pontos.
Mas ainda tem muito chão para percorrer. Principalmente, é necessário universalizar a qualidade da Educação brasileira, pois o retrato que o Enem mostrou é preocupante.
Segundo a Agência Brasil, todas as escolas públicas que compõem a lista das 100 melhores no Enem têm modelo de organização diferenciado e boa parte está vinculada às universidades públicas.
Ainda fazem parte desse grupo os colégios militares, os institutos federais de Educação Profissional e as escolas técnicas estaduais. E o lamentável: entre as cem melhores escolas classificadas no Enem, nenhuma delas é uma unidade da rede estadual com oferta regular.
O que nos leva a refletir que se o Estado quiser investir para valer e cuidar bem da Educação dos nossos jovens que tem condições e parâmetros para fazê-lo. É muito fácil reproduzir os ambientes educacionais nas escolas técnicas, colégios militares e nos colégios de aplicação vinculados às universidades.
Basta direcionar o dinheiro disponível para os modelos que dão certo que, mesmo sem ser educadores, nós sabemos: pagar melhor os professores, estimular os alunos e gerar competência educacional no dia-a-dia da escola.
Senão, corremos o risco de mesmo com Enem reproduzir, em novo estágio, a segregação escolar, em que alguns alunos (especialmente, os mais pobres e dependentes das escolas públicas) continuarão a ser sempre os mais prejudicados.
Principalmente, se o Enem passar a ser obrigatório, como quer o governo e servir como referencia única para acesso às universidades, no lugar do vestibular.
Num Brasil com esta imensa má distribuição de renda, incorporado no DNA de nossa elite, temos que exigir mudanças que beneficiem a todos. Para avançar de maneira uniforme e gerar oportunidades educacionais que sejam iguais para todos. Portanto, ainda não dá para comemorar, com a euforia oficial, os recentes resultados do Enem.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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