quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Reformas em casa e na cidade

A rotina doméstica é cheia de reparos. Uma torneira que pinga, desperdiçando água requer nossa atenção imediata. Uma telha ou um vazamento na laje também. Um interruptor que parou de acender, uma lâmpada queimada, o forno do fogão que não esquenta mais ou o guarda-roupa todo bambo, precisando urgentemente ser ajustado ou trocado.
Ou seja, em casa as tarefas nos são impostas pelos defeitos que a gente identifica e corremos para corrigir por conta própria ou buscando ajuda de quem sabe.
Mas basta atravessar a porta de casa a caminho do posto de saúde que parece que nossa capacidade de reparar os erros do mundo se evapora. Chegamos no posto de saúde meio ressabiados. A gente sabe da fama que o lugar não funciona direito, sempre falta médico ou medicamento, de acordo com o que ouvimos dos nossos vizinhos.
Mas hoje, com esta gripe brava consumindo nossas energias, precisamos apenas de uma atenção rápida do médico, uma receita e quem sabe, se essa febre insistir, um atestado para mostrar na empresa e provar que não estamos bem mesmo.
Chegamos ao posto e a fila é imensa. E logo descobrimos que não tem médico nem remédio. Ou esperamos aparecer algum profissional ou desistimos e vamos trabalhar. Mas o corpo quer repouso.
O que fazer?
Nestas horas a gente se esquece completamente que o bom funcionamento do posto de saúde depende do nosso empenho. É hora, mesmo doente, de pegar o nome do responsável técnico pelo posto. E tentar descobrir se é ou não um apadrinhado político.
Mesmo exaustos pela gripe, vamos voltar para casa ligar para a empresa e explicar a situação para nossa chefia. E, na sequência, vamos descansar um pouco e depois fazer uma série de telefonemas.
Vamos ligar para os vereadores da situação e da oposição e relatar o que passamos. Vamos mandar uma cartinha de umas dez linhas para o prefeito. Vamos escrever, também, um e-mail para o jornal da cidade ou do bairro relatando que o posto precisa de atenção da municipalidade, com urgência.
Aí, alguém te diz que não adianta nada tentar consertar a cidade. Adianta sim. É através destes gestos e atitudes que a gente melhora nossa cidade. Evitando ser chato mas deixando claro que vamos agir sempre quando encontrarmos uma torneira pingando ou um posto de saúde fora dos eixos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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