quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Para entender as entrelinhas

Apesar das facilidades de acesso que a tecnologia da internet gera para todos nós, através do acesso a sites, blogs e jornais on-line, a comunicação de massa, que pretende atingir grandes agrupamentos humanos é algo extremamente caro.
Seja o jornalismo noticioso em papel, na televisão ou no rádio. As equipes e a infra-estrutura operacional são coisa de gente muito grande, pois o noticiário final alavanca grandes interesses econômicos, influencia os destinos da Nação, derruba ministros e, até mesmo influencia na definição do futuro de nossa economia.
Por isso, cada vez mais os trabalhadores e os cidadãos brasileiros, nós mesmos, os carregadores de piano da nossa economia, que não temos acesso aos editores de jornais e nos programas de rádio ou de tv somos apenas os figurantes nos palcos, temos que ficar cada vez mais espertos e entender as entrelinhas do noticiário.
Por exemplo, na grande maioria dos nossos órgãos de divulgação a economia brasileira vai de mal a pior. Tanto o governo Lula quanto o de sua sucessora, Dilma Rousseff estariam, nas análises que acompanhamos, prejudicando o Brasil.
Mas basta dar uma olhadinha de leve na imprensa estrangeira e vamos descobrir vários elogios ao ex-presidente Lula e a Dilma Rousseff. Cada vez mais o Brasil é o país para onde se convergem os grandes investimentos mundiais. Seja pelo nosso mercado interno, pelo etanol, pelo Pré-Sal.
E nós, a peãozada, sabemos que o País está indo bem. Já nos acostumamos a sentir o gostinho de mais grana no bolso, resultado de políticas públicas que conseguem, pela primeira vez em 500 anos, distribuir um pouquinho melhor a nossa renda. Com a valorização do salario mínimo, que no ano que vem chega a R$ 616,00 e superará, fácil fácil, os US$ 385.
Outra entrelinha que merece nossa atenção foi a recente decisão do Comitê de Política Econômica do Banco Central, o Copom, em reduzir a taxa de juros brasileira de 12,5% par 12%.
Os banqueiros e financeiras que especulavam com juros mais altos ainda, espernearam a doidado. Não o fizeram, contudo, através de matéria paga nos meios de comunicação, se identificando. Não, nada disso. Como de hábito estimularam seus porta-vozes a dar declarações bombásticas contra a decisão do Banco Central. Tentam se passar por “opinião pública” e vendem seu peixe.
E nós, a peãozada, o cidadão que trabalha e vota, que cuida da própria vidinha com enormes dificuldades, sabemos que baixar juros foi uma decisão de independência e de coragem do Banco Central.
A continha de chegar é fácil de fazer. Com juros mais baixos, quem está acostumado a especular vai ter que investir na produção. Que gera mais empregos, mais riquezas, mais transferência de renda através dos salários.
A consequência é mais dinheiro circulando no nosso mercado interno e o Brasil ficará mais preparado para enfrentar a crise mundial, que volta a ter uma recaída brava.
Por isso, ao ler os jornais, ouvir programas de rádio ou assistir o noticiário na TV fique atendo às entrelinhas. Avalie a quem interessa as críticas. E apesar de respeitar as opiniões que nos são repassadas, aproveite para formar você mesmo a sua própria opinião.
Pois no final do mês, é sua decisão que vai determinar como suas contas continuarão a ser pagas.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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