sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Carnaval o Ano Inteiro

Estamos todos na contagem regressiva para o Carnaval. Assim como aconteceu no Natal e no Ano Novo, o Brasil pára pois o samba e a alegria são contagiantes. Muita gente até se esquece dos problemas menores e deixa de lado, pelos três dias da folia, a preocupação com o salário, com a saúde e adia aquela conversa séria que deveria ter com os filhos com notas baixas.
Mas seria muito bom que tivéssemos um Carnaval o ano inteiro em que pudéssemos sambar de alegria porque nossos filhos estariam aprendendo pra valer nas salas de aula. Os professores, todos bem pagos e motivados, se entregariam com tanta alegria à transferência de saber, que influenciariam gerações de jovens a assumir os seus destinos nas próprias mãos.
Ah! Como seria bom a gente nos unir, como fazemos em torno das Escolas de Samba, para melhorar o atendimento no Posto de Saúde. E dedicar horas e horas de ensaio, como fazemos nas quadras das agremiações de samba, para que ensinássemos nossos filhos e filhas a adquirir o gosto pela leitura.
Cada dia nesta alegria total de Carnaval que gostaríamos que durasse o ano inteiro, contagiaríamos o comércio com nossa vontade imensa de consumir e em contrapartida teríamos sempre gente sorridente nos atendendo nas lojas, nos shoppings e nos supermercados.
E se fôssemos de verdade o País do Carnaval, o Ano Inteiro, como é cantado em muitos sambas, acabaríamos de vez com o preconceito de raça, de credo, de gêneros. Todos irmãos, todos camaradas, todos prontos para se dar as mãos e construir um Brasil mais justo, com muito mais Justiça Social.
É uma questão apenas de querer. É possível sim misturar política com futebol e carnaval. Na África do Sul a população combatia o regime de discriminação racial, o “apartheid”, dançando, marchando e cantando nas ruas.
Nós podemos fazer o mesmo aqui, sambando o ano inteiro contra uma das mais violentas concentrações de renda do mundo, que nos transforma, infelizmente, em suas vítimas preferenciais.
Vamos colocar esse enredo em nossas imaginações neste Carnaval que se aproxima.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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