sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Os jovens e as dívidas

Todo jovem que chega ao mercado de trabalho tem como uma das principais motivações cuidar da própria vida. Chega testando seus limites em todos os aspectos que vão desde a competência profissional, a capacidade de resistir às pressões e suportar o estresse que o dia a dia profissional nos impõe.
Por causa da inexperiência e da necessidade de testar e experimentar o mundo ao seu redor, muitos jovens se tornam presa fácil de dívidas que começam a preocupar.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que 25% dos estudantes devem mais de R$ 1 mil ao cartão de crédito. E do total de inadimplentes no Estado, 42% têm até 30 anos.
Os jovens são bombardeados com estímulos permanentes, em todas as mídias, especialmente na internet, para que consumam. Têm acesso aos cartões de crédito e têm que aprender a gerenciar seus gastos com acertos e erros.
Além disso, não recebem informação adequada que lhes mostre o impacto dos juros sobre juros (que são ilegais) adotados pelas empresas de cobrança, pelos bancos e financeiras para engordar as dívidas que são roladas.
Em pouco tempo, o que as pesquisas mais recentes mostram é que estão com os cartões de crédito e com os cheques especiais estourados e punidos pelas empresas de classificação de crédito viram consumidores inadimplentes, muitos em fase de renegociação das dívidas e outros falidos financeiramente, já que não conseguem honrar nem resgatar os débitos.
É o momento, acredito, de cuidarmos destes jovens que começam achegar ao mercado de trabalho. Mostrar para eles que as dívidas impensadas, motivadas geralmente por impulsos, causam prejuízos enormes e transferem renda das suas famílias e do seu futuro para os cofres das financeiras que adotam métodos semelhantes aos traficantes de drogas.
Ou seja, oferecem o cartão de crédito, facilitam a abertura de crédito, induzem o jovem ao consumo desenfreado. E depois que as dívidas se acumulam tentam jogar a culpa pelo endividamento apenas para os jovens.
Algo tem que ser feito porque perdemos todos nós. Os jovens e suas famílias. E até mesmo o mercado consumidor, pois o jovem super endividado elimina no futuro imediato o adulto que consumiria com mais consciência e de maneira permanente.
Cicero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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