sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O bom velhinho e os nossos velhinhos

Todos os anos, no Natal, enchemos de carinhos e agrados o Bom Velhinho. A gente nem se importa se o Papai Noel que nos apresentam nos shoppings e que enchem nossas crianças, filhos e netos de beijos seja mais ou menos importado do Polo Norte.
Até gostamos da fantasia, das renas, das caixas vazias de presentes. Que preenchem a imaginação de nossos meninos e meninas enquanto percorremos as lojas e consumimos nosso décimo terceiro e o reajuste salarial que conseguimos a duras penas.
Mas basta sairmos das ilhas de fantasia, que são os shoppings e centros de compras nesta época do ano, e ao voltarmos para casa nos tornamos indiferentes à sorte dos nossos velhinhos que são abandonados pelas ruas.
E que têm que se virar, os que ainda tem um restinho de força e de saúde, como catadores de papel. Vivem, o ano inteiro, mesmo no Natal e no Ano Novo, o inferno de terem sido abandonados pelos seus familiares e pelo Estado. Vítimas, também, da nossa indiferença. Mesmo no Natal.
Seria adequado, acho, a gente educar nossos filhos, pois eles serão o futuro, que a velhice estampada no doce Papai Noel é exatamente a mesma que podemos presenciar em nossos avós, dentro de casa.
E os velhinhos que identificamos abandonados nas ruas são também merecedores de todo o nosso afeto e, principalmente, de nossa responsabilidade social.
Responsabilidade social que se exerce através da pressão que podemos fazer junto aos poderes públicos, vereadores, prefeitos e governadores, para cuidarem dos nossos idosos.
Senão, corremos o risco de contaminar o espírito de Natal com a hipocrisia e a com a indiferença. Pois enquanto tiver um velhinho abandonado pelas ruas (assim também como uma criança) é porque nosso Estado falhou de alguma maneira.
E para corrigir as falhas do Estado temos que estar atentos e mobilizados. E aplicar seguidas doses de título eleitoral para exigir que se respeitem nossos velhinhos e que protejam nossas crianças.
Essa decisão é importante porque amanhã seremos nós que estaremos ocupando a posição dos velhinhos. E se não quisermos ser abandonados com uma aposentadoria que envergonha temos que pressionar o Estado é agora, para acabarmos com o Fator Previdenciário, melhorar as aposentadorias e proteger homens e mulheres que nos ajudaram a construir nosso patrimônio social, cultural e econômico.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Nenhum comentário:

Postar um comentário