sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que há de novo no ano novo?

Todo começo de ano é a mesma coisa. A gente acredita mesmo de verdade que estamos começando um novo ciclo. Pode até ser para alguns. Mas para nós trabalhadores e cidadãos que sustentamos com nossas próprias energias esse imenso país, nosso mundo não pára, nem mesmo para as comemorações de Natal e Ano Novo.
Estamos sempre ocupados em confirmar nossa vinculação com o emprego, na busca incessante de mais renda para nosso sustento e de nossas famílias. Muitos de nós passaram inclusive o Natal e o Ano Novo no batente. Porque o Brasil não pára e nem nós.
Mas sempre que começa um novo ano é possível repensarmos algumas novas etapas. Ainda mais que este ano tem eleição municipal, tem o Rio + 20, que vai rediscutir como está nosso meio ambiente e, em Londres, teremos as Olimpíadas, que chegarão aqui em 2016.
Temos pela frente também uma nova agenda econômica, com um salario mínimo um pouquinho mais valorizado, a R$ 622,00 e a promessa da presidente Dilma de reduzir os juros para menos de 10% ao ano.
Ou seja, teremos que reorganizar nossa economia para conseguir o melhor proveito possível da economia a nosso favor. Por isso, uma das boas coisas a serem colocadas em nossa agenda, que poderá ser classificado como algo novo, é exigir dos governos um controle melhor sobre os juros que nos são cobrados na ponta.
Foi divulgado pelo jornal “Folha de S. Paulo” que temos um dos cartões de crédito mais caros do mundo. Segundo o jornal, que se baseou em estudos da, Pro Teste se constatou que o brasileiro paga juros de 237,9% ao ano, no crédito rotativo do cartão de crédito. Esse valor foi comparado com as taxas cobradas na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México.
Mesmo em países com taxa básica de juros acima da brasileira (11%), como Argentina (12,5%) e Venezuela (24%), têm juros do cartão menores que os do Brasil. Na Venezuela, o rotativo custa 29% ao ano e na Argentina, 50%.
Ou seja, estamos sendo literalmente assaltados e só uma ação governamental para barrar essa brutal transferência de renda que as financeiras, banqueiros e cartões de crédito fazem com nossa renda, conquistada a tão duras penas.
Se a gente quer um ano novo, vamos ter que enfrentar com determinação os velhos problemas. É o que nós, trabalhadores e cidadãos brasileiros fazemos entra ano e sai ano. E que continuaremos a fazer.
Cicero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Nenhum comentário:

Postar um comentário